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Julio Gomes

Bayern de Munique alcança Barcelona ao conquistar segunda tríplice coroa

Lewandowsi com o troféu da Liga dos Campeões de 2020 - Reprodução/Bayern Twitter
Lewandowsi com o troféu da Liga dos Campeões de 2020 Imagem: Reprodução/Bayern Twitter

24/08/2020 07h48

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O futebol europeu vive neste século a era das superpotências. Times que são verdadeiras seleções - invariavelmente melhores que as seleções de seus países. Nas primeiras 53 temporadas desde a criação da Copa dos Campeões (de 1955 até 2008), só houve quatro times que conquistaram a tríplice coroa. Já de 2009 a 2020, nas últimas 12 temporadas, cinco times chegaram o feito - ou seja, quase em metade das últimas temporadas quem ganhou a Europa já tinha feito "a rapa" nas competições domésticas. A distribuição de forças mudou demais na Europa - e, consequentemente, no mundo.

Com o título da Champions, conquistado ontem sobre o Paris Saint-Germain em Lisboa, o Bayern de Munique completou a segunda tríplice coroa de sua história e se igualou ao Barcelona. Ganhou o mais importante torneio do continente, ganhou o Campeonato Alemão e a Copa da Alemanha, ou seja, tudo o que tinha para ganhar.

Lewandowski, favorito ao prêmio de melhor do mundo no fim do ano, foi artilheiro das três competições, o que nunca havia acontecido em uma tríplice coroa.

A outra temporada perfeita do Bayern havia sido em 2013. Os hoje titulares Neuer, Thomas Muller, Boateng e Alaba, além do reserva Javi Martínez, também fizeram parte daquele grupo - aliás, os três primeiros estavam também no título mundial alemão em 2014. Vencedores históricos.

Outros times que completaram a tríplice coroa europeia foram Celtic (66/67), Ajax (71/72), PSV (87/88), Manchester United (98/99), Barcelona (08/09 e 14/15), Inter de Milão (09/10). Outros jogadores que participaram duas vezes do feito foram Eto'o (por Barça e Inter, o único a fazê-lo em dois clubes diferentes), Messi, Daniel Alves, Xavi, Iniesta, Piqué, Busquets e Pedro (todos pelo Barcelona). Os dados são do estatístico MisterChip.

Os campeonatos domésticos estão cada vez mais parecidos aos nossos estaduais. Sempre os mesmos ganham, o interesse vai diminuindo - especialmente dos mais jovens. Os clubes europeus estão de olho, e a ideia de elitizar ainda mais e formar uma espécie de superliga europeia vai se consolidando. É um caminho inevitável, salvo seja encontrada uma maneira de distribuir melhor as riquezas e encontrar competitividade nas ligas nacionais.