Tiago Nunes se auto condenou antes mesmo de assumir
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Tiago Nunes caiu. Uma queda anunciada. Anunciada antes mesmo de ele assumir o comando do Corinthians. Falei aqui no blog, então não posso ser acusado de profeta de obra pronta. Nunca concordei com a decisão de ser contratado no ano passado, mas só pegar no batente em 2020.
Nunca devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje, já diz o sábio ditado. Tiago precisava descansar após o período de Athlético-PR? Bem, já pode descansar agora. Vida de técnico no Brasil, por sinal, é cheia destes períodos de "descanso".
O treinador tinha a chance de, no ano passado, conhecer o clube, o elenco, as relações, que jogadores poderiam dar mais ou menos para ele. E tinha quase nada a perder em termos de classificação final no Brasileiro. Podia ter mais base, por exemplo, para dispensar nomes históricos do clube, como Ralf e Jádson (e, talvez, outros).
Começa 2020 na fogueira, com Pré-Libertadores para jogar. Aí vem a pandemia e a distância forçada, com meses de dúvidas e sem chances para correções ou inovações. Ainda ganha uma sobrevida com o milagroso quase título do Paulista, mas era apenas isso, sobrevida.
Tiago Nunes não teve, no Corinthians, um elenco com as características que ele gosta. Tampouco teve a capacidade de se adaptar ou reinventar - e isso é mais difícil mesmo para treinadores novos, sem aquelas costas largas, em clube gigantescos. Não há tempo para testes, todos os movimentos são vistos e submetidos rapidamente às reações - justas ou injustas - de imprensa e público.
Na carreira de técnico de futebol, principalmente no Brasil, tempo é um bem valioso demais para ser desperdiçado.
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