Cuidado! As críticas a Diniz escondem a defesa a um futebol mais tosco
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O São Paulo levou uma goleada no Equador, está virtualmente eliminado da Libertadores e Fernando Diniz, novamente, será o grande bombardeado. Se vai ser mantido no cargo ou não, veremos. Diniz é daqueles treinadores que estão sempre na berlinda e isso não vai mudar rapidamente.
Mas cuidado! Muitas críticas ao trabalho de Diniz são um enorme desserviço ao já capenga futebol que se joga no Brasil. Em especial, falo das críticas às saídas de bola, chamadas pejorativamente de "saidinhas de Diniz".
Amigas e amigos: não existe mais chutão no futebol de alto nível. É simples assim. Assistam aos principais times da Europa jogar e vocês verão todos - eu disse todos - os times começando o jogo desde trás. Não existe mais time top do mundo que fique dando chutão e fazendo ligação direta. Todos saem jogando e querem ter a bola, não ficar dando de graça para o adversário com chutões. Não é mais coisa só de Guardiola ou um outro "idealista", simplesmente é este o futebol dos dias de hoje.
Em vez de meter o pau na "saidinha do Diniz", mais útil seria meter o pau nos técnicos de base que não estão treinando os garotos a jogar o futebol de hoje em dia. O que queremos? Futebol de chutão, bola quebrada, o velho bumba-meu-boi que marca o nosso futebol há anos?
Se queremos criticar o treinador pela execução, é justo. Não sei se é culpa do treinador que um jogador execute um passe patético como o de Igor Gomes para Hernanes, no lance do segundo gol da LDU. Mas, sem dúvida, é culpa do treinador que esta seja a maneira de sair de trás - tanto que lá na área estavam seus meias, em teoria, seus melhores passadores.
Diniz treina mal? Dizimou o elenco? Não consegue organizar o time defensivamente? Pode ser. Tudo pode ser.
O que não pode ser é ficar ironizando e esculachando a saída de bola desde trás com troca de passes, que é o futebol jogado hoje em dia, em nome da eternização do futebol tosco.
Critiquem a execução à vontade. Mas não a ideia!
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