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Julio Gomes

Zidane volta a triunfar, Real ganha clássico e paz; ao Barça, a crise

24.out.2020 - Jogadores do Real Madrid comemoram gol na vitória sobre o Barcelona, no Cam Nou - Antonio Villalba/Real Madrid
24.out.2020 - Jogadores do Real Madrid comemoram gol na vitória sobre o Barcelona, no Cam Nou Imagem: Antonio Villalba/Real Madrid

24/10/2020 12h59

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Está com problemas? Chama um clássico! Nada como um confronto contra o Barcelona para acalmar as coisas quando Zidane está contra a parede no Real Madrid. Neste sábado, mais do mesmo. Os dois times chegaram em crise ao superclássico, fizeram um jogo surpreendentemente bom e que acabou com vitória do Real Madrid, por 3 a 1.

Zidane chega a seis clássicos sem derrotas como treinador do Real no Camp Nou - três vitórias e três empates. E, claro, as coisas se acalmam no madridismo e o Real pode seguir sua renovação com um pouco menos de tensão no ar.

Depois das derrotas para Cádiz e Shakhtar, o Real Madrid precisava demais da vitória antes de um novo duelo de Champions League (fora de casa, contra o Borussia Moenchengladbach). E Zidane "ganha" Asensio para o time titular, depois da ótima e completa atuação no clássico.

Já o Barcelona se afunda ainda mais em uma crise que é institucional (diretoria contra jogadores) e, logicamente, afeta o campo. Koeman tentou uma formação diferente, com Ansu Fati mais centralizado e perto de Messi, o jovem Pedri, de 17 anos, no meio, e corredor aberto pela esquerda para o veterano Alba, de volta ao time.

No começo, ainda com o time se acertando na nova formação, o Real Madrid aproveitou os buracos pelo meio e chegou ao 1 a 0 com Valverde. Mas o Barça empatou logo em seguida, numa espetada de Alba, que cruzou para Fati marcar. Foi um primeiro tempo frenético, com chances para os dois lados e muita intensidade.

No segundo tempo, o Barcelona estava melhor em campo. Decidido a buscar a vitória, jogou dentro do campo do Real Madrid. Coutinho teve a grande chance de virar a partida, mas cabeceou para fora.

O lance que decidiu o clássico acabou sendo o pênalti infantil de Lenglet em Sergio Ramos, puxando a camisa dentro da área. O próprio Ramos, o jogador mais importante do Real Madrid, marcou.

O pênalti é um pênalti do novo futebol, da era VAR. Sergio Ramos sente o puxão na camisa e se atira (para o outro lado, inclusive), ele não chegaria na bola, era um cruzamento que daria em nada. Se o cara puxa para um lado e o jogador se joga para o outro, é que ele não foi derrubado pelo puxão.

Mas enfim, com as câmeras flagrando tudo, o puxão de camisa se transformou em um lance fácil e objetivo para a arbitragem. Não tem como o VAR não chamar e não tem como o árbitro de campo não marcar. Eu não gosto, mas é o que é, o novo futebol. Que os defensores aprendam a lição.

Perdendo, o Barcelona passou a dar espaços e levou o terceiro, de Modric, em um dos vários contra ataques que o Real Madrid teve à disposição.

Nos minutos finais, entraram Griezmann, Dembélé e Trincão, mas a sorte do Barça não mudou. Griezmann, pelo jeito, está mesmo divorciado de Koeman e dificilmente voltará ao time. O próximo da lista parece ser Busquets, que fez uma partida ruim e já não parece mais mesmo ter as pernas para seguir sendo titular do Barcelona. É provável que Pjanic passe a ter mais minutos ao lado de De Jong pelo meio.

No Real Madrid, Zidane, sem laterais direitos, escalou Nacho por ali. A contusão do jogador obrigou o francês a colocar Lucas Vázquez e, com ele, o setor melhorou. Mendy foi titular na esquerda e Marcelo parece que vai sofrer o mesmo processo de Busquets, no Barça. Passado glorioso, futuro nulo.

Asensio, que fez um jogo ruim contra o Shakhtar, ganhou nova chance e aproveitou. Vinícius Jr foi titular e parece que assim será ao longo da temporada, tem a confiança do treinador.

Todo clássico é um divisor de águas. O Barcelona acelerá o processo de mudanças e rejuvenescimento. O Real Madrid, atual campeão e favorito ao título, continua seu processo com mais paz para Zidane.