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Julio Gomes

Patada de Klopp em Tite foi deselegante e desnecessária

Fabinho e Jurgen Klopp no Liverpool - Paul Ellis/AFP
Fabinho e Jurgen Klopp no Liverpool Imagem: Paul Ellis/AFP

28/10/2020 13h03

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Klopp é um boa praça. Todos gostamos dele. Todos gostamos da sinceridade. Todos gostamos da intensidade dos times dele e da atuação dele na lateral do campo. É, hoje, o técnico mais desejado do mundo.

Mas ele também escorrega. Escorregou quando ficou choramingando sobre o estilo de jogo do Atlético de Madrid ao ser eliminado da Liga dos Campeões, em março. E escorregou ontem, ao dar uma patada totalmente desnecessária e deselegante em um companheiro de profissão, Tite.

Não é que Tite seja um falastrão, traíra, vingativo, nada disso. Estou aberto a qualquer debate sobre o estilo, as escolhas. Mas não me parece muito discutível que Tite seja um cara correto, ético, respeitoso.

Se Tite convoca Fabinho para a seleção, é porque considera o jogador importante e parte dos planos. Se ele não joga, é porque não joga, oras. Essa é uma opção do treinador. Nem todos têm minutos.

Será que Fabinho prefere viajar 10 horas de avião e fazer parte do grupo da seleção por uma semana ou prefere ficar em Liverpool dentro da academia levantando peso enquanto os companheiros todos estão fora com suas seleções? Klopp parou para se perguntar o que o jogador prefere?

E se Tite colocasse Fabinho para jogar? Será que o alemão reclamaria porque Fabinho voltou cansado? Sim, reclamaria. É isso o que os técnicos dos clubes fazem. Reclamam quando os caras jogam. E, agora, reclamam também quando não jogam. Se não convocar, capaz que reclamem porque não convocou.

Acho a crítica descabida. Como descabido seria um técnico de seleção reclamar de um técnico de clube que ponha ou não ponha o fulano para jogar. Sim, Klopp foi questionado especificamente sobre o tema, devido à lesão de Fabinho na Champions League. Podemos dizer que ele foi levado a falar sobre Tite. Mas poderia, sim, ter sido muito mais elegante em sua resposta.