Odair deixa o Fluminense. Clubes brasileiros apanham porque merecem
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Odair Hellmann seguiu os passos de Coudet e, no meio de um ótimo trabalho, deixou um grande brasileiro a ver navios. Se mandou. No caso de Coudet, para um mercado melhor. No caso de Odair, para um salário melhor.
Muitos de nós mostram ou fingem indignação. Seria honesto ficar indignado com os caras. Não soubéssemos o que aconteceria com eles assim que viessem a má fase ou as cinco ou seis derrotas consecutivas. Mas já vimos esse filme tantas vezes, não é verdade?
A banda dos clubes brasileiros toca junta há muito tempo, nunca mudou vocalista, baterista ou guitarrista. É a mesma música. Basta uma nota para sabermos o samba. E essa música não é muito bacana para treinadores de futebol. É a verdadeira marcha fúnebre aos ouvidos deles.
O Inter ficou na mão, não soube como se ajeitar e, em vez de se segurar na corda e subir de volta para a montanha, resolveu se atirar logo no precipício e ver se o pára-quedas já com prazo de validade vencido abre.
Agora é a vez de o Fluminense ficar na mão, no meio de uma ótima e surpreendente campanha no Brasileirão. O "vilão" do dia, Odair Hellmann, foi outro dia defenestrado pelo... Inter. Vejam só como a coisa é cíclica.
Os técnicos não são santos. Odair sabe que, daqui uns meses, depois de ganhar uma bela grana, ele será lembrado por algum clube brasileiro desesperado para ganhar um belo salário. Talvez seja o próprio Inter a chamá-lo. Ou o Fluminense. Ou qualquer um. A classe já aprendeu a se beneficiar com o amadorismo da cartolagem.
Mas os treinadores têm lá sua razão para fazer o que andam fazendo com alguma frequência. Como eu disse, eles conhecem a música tocada por essa banda, por essas bandas. Os clubes apanham porque bateram muito ao longo da história. Os clubes apanham porque merecem.
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