Messi precisa encontrar a alegria que Cristiano Ronaldo buscou nas mudanças
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A manchete do diário catalão Sport estampa: "Calvário". Não faltam maneiras para tentar traduzir o momento do Barcelona e, o principal, o que vive Lionel Messi em sua provável "ultima dança" com a camisa do clube.
A última noite a ser esquecida foi a de ontem. Com o pior início em décadas no Espanhol, o Barça era pelo menos o único com 100% de aproveitamento na Liga dos Campeões. Podia perder até por 2 a 0 da Juventus, no Camp Nou, que seria primeiro de seu grupo. Pois perdeu de 3 a 0.
A agonia do Barça nem é mais ganhar alguma coisa nesta temporada, o que parece um delírio no momento. A agonia é ver o time jogar cada vez pior e, Messi, cada vez mais desanimado. O argentino pode assinar um contrato com qualquer clube já em janeiro ou pode esperar as eleições do Barça para definir seu futuro.
Como fazer Messi voltar a ser feliz? Será que há maneira? Será que a histórica relação Messi-Barça não chegou simplesmente ao fim?
Cristiano Ronaldo foi mais maleável na carreira, tanto que ontem, ao fazer seu duelo número 36 contra o argentino, usou a terceira camisa diferente. A trajetória do português foi pautada por ciclos, sem ficar muito apegado a um clube.
Surgiu no Sporting e saiu cedo para o Manchester United. Ganhou tudo lá, estava em um clube enorme, onde podia ter passado a vida toda. Mas queria vestir a camisa do Real Madrid, era o sonho de criança, e foi o que ele fez. Ganhou tudo, bateu recordes, tornou-se o maior camisa 7 da história do clube e... cansou. Não titubeou e partiu para a Juventus, tentar ganhar um título europeu que a Vecchia Signora não conquista desde 1996.
Quando não gostou do que estava vendo na Juve, quase se mandou para o PSG. Mas acabou ficando. E a vitória por 3 a 0 no Camp Nou, ontem, deve inaugurar a segunda etapa de uma temporada até agora esquisita para a Juve. Cristiano Ronaldo busca títulos, busca oportunidades, busca recordes, busca canetas diferentes para escrever o livro de sua história.
Talvez possa ser uma inspiração para Messi, que deve estar, sim, cheio de dúvidas sobre ficar ou sair. Sobre tentar participar de outra reconstrução ou partir para uma experiência nova de vida, já aos 33 anos.
Alegria e plenitude são buscas eternas de todos nós. Nunca sabemos onde encontrá-las, mas devemos a nós mesmos, ao menos, a tentativa.
Talvez o capítulo 36 dos duelos Messi x Cristiano tenha sido o último. Talvez ver de perto a nova aventura de sua nêmesis sirva de inspiração para uma mudança. Cristiano Ronaldo está aí para mostrar que nunca é cedo, nunca é tarde, o importante é a busca. Está chegando a hora para Messi decidir como e onde buscar algo mais. Nem ele quer e nem nós queremos vê-lo afundar no calvário semana sim, semana também.
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