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Europa tem maior renovação de campeões das grandes ligas em 10 anos
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A temporada 100% pandêmica, com estádios vazios do início ao fim, acabou com uma renovação de campeões das ligas nacionais que a Europa não via desde 2011.
Neste fim de semana, o Atlético de Madrid confirmou seu 11o título espanhol ao vencer o Valladolid por 2 a 1 e deixar Real Madrid e Barcelona para trás na tabela. Na França, o resultado mais surpreendente de todos: o Lille tornou-se campeão pela quarta vez na história depois de bater o Angers por 2 a 1. O todo-poderoso PSG precisou se contentar com o vice-campeonato.
Assim, das sete principais ligas europeias, seis tiveram novos campeões. Além de Atlético e Lille, os novos campeões são a Inter de Milão, na Itália, o Manchester City, na Inglaterra, o Sporting, em Portugal, e o Ajax, na Holanda (o título da temporada 19/20 ficou vago, pois o campeonato foi interrompido pela pandemia). O único que repetiu foi o Bayern de Munique, campeão alemão pela nona vez consecutiva.
Precisamos voltar a 2011 para encontrar uma renovação tão grande de campeões. Dez anos atrás, também seis dos sete campeões nacionais das principais ligas europeias foram diferentes.
Na Inglaterra, o Manchester United, de Alex Ferguson, recuperou o título que havia perdido para o Chelsea em 2010. Na Itália, o Milan, de Ibrahimovic e Robinho, quebrou a hegemonia da Inter. Na França, curiosamente foi o próprio Lille o novo campeão nacional, em 2011. Na Holanda, o Ajax quebrou um jejum de sete anos e recuperou o trono - um ano antes, o campeão havia sido o Twente. Em Portugal, um Porto dominante recuperou o título que havia perdido para o Benfica um ano antes. E, na Alemanha, o campeão de 2011 foi o Borussia Dortmund, saindo de uma fila de nove anos. Só a Espanha repetia campeão, com o Barcelona de Guardiola dominando domesticamente.
Desde então, nunca mais houve um número tão grande de campeões nacionais diferentes de uma temporada para outra como agora, em 2021.
Para encontrar um ano em que todos os sete campeões das principais ligas europeias foram diferentes em relação ao ano anterior, é preciso voltar a 2002.
Naquela temporada, o Sporting foi campeão português (a fila durou até agora); o Arsenal, de Arsène Wenger, levou na Inglaterra; o Valencia, de Benítez, ganhou na Espanha; a Juventus, na Itália; o Borussia Dortmund foi campeão na Alemanha; o Ajax, na Holanda; e o Lyon iniciava uma dinastia na França. Todos eram campeões novos em seus países.
Neste século, houve anos com somente um campeão diferente do ano anterior. Em 2008, de modo inverso ao que aconteceu agora, em 2021, somente a Alemanha teve campeão diferente em relação ao ano anterior, o Bayern. Em 2016, o Leicester, na Inglaterra, foi o único vencedor diferente.
O ano de 2021 não fica marcado somente pela renovação, mas, principalmente, por serem campeões pouco habituais em seus países.
O Sporting é um grande de Portugal, assim como o Atlético na Espanha, mas são clubes que passam longuíssimos períodos à sombra de Benfica, Porto, Real Madrid e Barcelona. O Lille é um clube pequeno, com orçamento que não se pode comparar ao do PSG. E a própria Inter, apesar de ser enorme, pode ser considerada uma campeã "pouco habitual" na Itália - afinal, qualquer coisa que não seja a Juventus campeã parece algo estranho.
O que aconteceu para tantas novidades de forma simultânea? Podemos simplesmente acreditar em coincidências. Ou olhar para os fatores decorrentes da pandemia. Não só estádios vazios, mas também investimento menor por parte dos grandes de cada país e um calendário que ficou mais apertado.
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