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Julio Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Do hino aos gols, uma Itália perfeita mostra que é candidata na Eurocopa

Ciro Immobile comemora gol da Itália contra a Turquia, pelo Grupo A da Eurocopa - Getty Images
Ciro Immobile comemora gol da Itália contra a Turquia, pelo Grupo A da Eurocopa Imagem: Getty Images

11/06/2021 17h52

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Ouvir o hino da Itália é sempre emocionante - para mim, um dos mais belos do mundo. É épico. Casa perfeitamente com eventos esportivos e a emoção que estes momentos envolvem. Melhor ainda é ouvir o hino da Itália cantado por pulmões cheios dos jogadores e dos alguns milhares que puderam ir ao Olímpico de Roma, depois de tantos meses de pandemia, mortes e arquibancadas vazias.

A Eurocopa começou bem - exceto para os turcos. Começou com a sensação de vida voltando ao normal. Com a sensação de que poderemos ter, de novo, sensações parecidas com as que tínhamos.

E começou com um grande jogo de futebol por parte da Itália. Depois de ficar fora da Copa do Mundo de 2018, a Itália começou sua reconstrução sob a batuta de Roberto Mancini. Ele formou um grupo jovem de jogadores, mesclou com alguns veteranos essenciais e a coisa deu liga. Com a vitória por 3 a 0 sobre a Turquia, a Itália chegou a 28 jogos de invencibilidade.

Não é uma Itália à moda antiga. Não, é uma Itália moderna, que joga como jogam os melhores times da atualidade. Empurrando o adversário, controlando o jogo, agredindo. Teve 61% de posse de bola, com 24 finalizações a gol e apenas 3 cedidas ao adversário. Um massacre.

Começou com o pé direito a Euro e, à priori, tem um bom caminho até as quartas de final do torneio. A Itália nunca pode ser descartada, pela camisa importante que tem. Não poderia ser descartada nesta Euro específica, pelo momento que carregava. Agora, então...

Simplesmente não pode ser ignorada. A Itália é, sim, uma das candidatas a título. A favorita segue sendo a França, mas a Itália não está nenhum degrau abaixo das outras potências europeias.

É um time com uma defesa firme, formada por veteranos de garantias (Chiellini e Bonucci), um goleiro top (Donnarumma), laterais que sobem bastante e um meio de campo com muita qualidade, apesar dos desfalques. Dois jogadores do pequenino Sassuolo fizeram uma bela partida - pequenino, mas um time que tratou bem a bola durante toda a temporada. No ataque, Insigne é chato demais de ser marcado, Immobile cheira gol.

A Itália que vimos contra a Turquia não tem nada a ver com aquela imagem que construímos ao longo dos anos - de uma seleção defensiva e chata de ver. Foi um domínio total, de um time que quer a bola, trabalha a bola e constrói jogadas de gol. Fez três no segundo tempo, depois de um primeiro mais complicado pela boa marcação da Turquia.

Essa Itália merece atenção.