Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Itália avança à moda antiga: com pouco futebol e muita competitividade
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A Itália está na final da Eurocopa. Depois de um empate por 1 a 1 com a Espanha no tempo normal e prorrogação, a azzurra passou à decisão com uma vitória por 4 a 3 nos pênaltis.
Justo? Pelo que fizeram no torneio, sim. Definitivamente. Pelo que fizeram nesta terça, não. A Espanha foi superior à Itália com a bola rolando. Mas a competitividade italiana esteve sempre lá.
A Itália do resto da Eurocopa simplesmente não apareceu. A "nova" Itália, da posse de bola, do jogo de qualidade e pressão, faltou ao compromisso com a história na semifinal. No entanto, o espírito de competição da "velha" Itália, a Itália de toda a vida, estava presente. E a recompensa veio nos pênaltis.
Depois das derrotas nas finais de 2000 e 2012, para França e Espanha, respectivamente, os italianos voltam a ter a chance de conquistar um título que não conseguem desde 1968.
A Itália não jogou em Wembley, mas competiu. E a Espanha fez as duas coisas. Desde o início, a Espanha conseguiu estabelecer seu jogo. Teve 70% de posse de bola (desde o início, não só quando corria atrás do marcador) e conseguiu impedir que o rival jogasse como se acostumou a jogar.
Desde o início da Eurocopa, antes até, era possível ler perfeitamente a seleção espanhola. Um time jovem, veloz, talentoso, mas instável. Quando conseguiu encontrar a confiança, após a goleada sobre a Eslováquia, a Espanha passou a desenvolver um futebol mais parecido com o que se esperava dela.
Sólido? Nem tanto. Afinal, foram três empates no tempo regulamentar do mata-mata, três prorrogações, duas disputas por pênaltis. Dos seis jogos dos espanhóis na Eurocopa, quatro acabaram sem vencedor. Mas é inegável que a Espanha mostrou uma veia competitiva bastante elogiável para um time tão inexperiente.
Uma herança clara do que a Espanha se transformou após aquela vitória nos pênaltis sobre a Itália, na Eurocopa de 2008. Aquela "vitória" mudou tudo. Vieram dois títulos europeus, um mundial, jogos grandes e a crença de que a Espanha era forte, tão boa quanto qualquer seleção do mundo. O espírito vencedor passou a fazer parte.
Olmo, o melhor em campo hoje, acabou chutando para fora um pênalti. O outro foi desperdiçado por Morata, um jogador que nunca teve a confiança da opinião pública. Era o vilão esperado. Talvez fosse cedo demais para esta Espanha chegar tão longe.
Já a Itália culmina com uma final um processo iniciado em 2018, após o fracasso nas eliminatórias para a Copa. É um time que mescla veteranos, jogadores já rodados e jovens. São 33 partidas de invencibilidade, quase três anos sem perder. O processo italiano tem a ver com técnicos que desbravaram o mercado inglês, com jogadores que atuam em uma liga, a Série A, que ficou mais forte e plural.
A Itália parecia, sim, mais pronta para uma decisão como a do próximo domingo. Às vezes, o jogo não encaixa, mas é importante se manter na partida. Foi o que a azzurra fez hoje.
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