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Gomes: Barcelona x Real Madrid é o clássico do futuro ou do passado?
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Gavi, 17 anos. Ansu Fati e Pedri, 18. Dest, 20. Mingueza, 22. Sem contar outros que transitam entre a adolescência e a juventude em Barcelona. Do outro lado, o do Real Madrid, tem Camavinga com 18 anos, Rodrygo, com 20, Vinícius Jr, 21. O clássico de domingo tem sido chamado pela imprensa espanhola de "clássico do futuro".
É na esteira desta rapaziada que os dois gigantes devem caminhar nos próximos anos. Possivelmente, mais o Barça - que está quebrado - do que o Madrid, que tem as finanças mais em dia e conta com trazer Mbappé no ano que vem.
Mas minha provocação é: clássico do futuro mesmo ou do passado? Não me refiro só aos jogadores veteranos, que em seu momento fizeram história. O Real ainda tem um punhado de remanescentes das quatro Champions, como Carvajal, Casemiro, Kroos, Modric, Marcelo e o próprio Benzema, que vive seu auge. No Barça, Piqué, Alba e Busquets são os símbolos de uma era que marcou a história do clube.
De fato, o contraste entre veteranos e jovens é flagrante.
Mas quando me pergunto se Barcelona e Real Madrid não fazem, hoje, um "clássico do passado", é por outra razão. Será que os dois gigantes viraram clubes do passado, não mais do futuro? O Real é o maior campeão europeu, o Barça desperta paixões nos quatro cantos do mundo. Junto com o Bayern, dominaram completamente o futebol continental na década passada.
Só que agora o futebol extrapolou as cifras com as quais estávamos habituados. É a era dos clubes comprados por magnatas ou mesmo por países, através dos chamados fundos de investimentos. A era do dinheiro do Catar, da Arábia, do gás, do petróleo e por aí vai.
PSG, Manchester City, Chelsea, quem sabe pinte o Newcastle. E haverá outros. A quem pertence o futuro?
Será que, com seus métodos tradicionais de arrecadação, Barcelona e Real Madrid voltarão a ser protagonistas nas contratações e nos campeonatos europeus?
Não é à toa que vemos elencos tão marcados entre veteranos e jovens ainda não devidamente testados. É a solução de momento. "Es lo que hay", como diria Piqué. É o que tem. O Barcelona não conseguiu segurar Messi. O Real Madrid não conseguiu já ter Mbappé, apesar de o jogador querer sair de Paris. Mas o PSG não topou. O que são alguns milhões para quem trabalha com bilhões? As referências de valores foram para a cucuia.
O futuro de Barça e Madrid estará em campo no domingo. Mas este futuro está longe de ser garantidamente algo similar ao passado recente. No passado, este era o clássico dos clássicos. Ainda é, sempre será um jogo enorme. Mas com qual peso no futuro?
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