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Copa Africana de Nações terá técnico português na final pela primeira vez
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Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Não são poucas as ex-colônias portuguesas na África. No entanto, é só agora, depois de 33 edições realizadas e 65 anos de competição, que a Copa Africana terá um técnico português na decisão.
Na quinta-feira, Egito e Camarões, os dois maiores campeões da competição (sete e cinco títulos, respectivamente), decidirão um dos finalistas da Copa - o outro sai da semi de amanhã, entre Senegal e Burkina Faso. O Egito é treinado por Carlos Queiroz, um velho conhecido de quem acompanha futebol internacional. Já Camarões tem no comando Toni Conceição, uma figurinha menos carimbada.
Quem passar, será o primeiro português em uma final. Curiosamente, não será o primeiro treinador lusófono. Em 1980, o brasileiro Otto Glória, que muitos pensam que fora nascido em Portugal, levou a Nigéria a seu primeiro título continental. Glória, com passagens marcantes por Vasco, Portuguesa e, principalmente, o Benfica, nasceu no Rio de Janeiro.
O lendário Manuel José, quatro vezes campeão da Liga dos Campeões da África com o Ah Ahly, do Egito, teve uma passagem rápida pela seleção de Angola - mas o sucesso dele ocorreu mesmo no universo dos clubes.
Recentemente, Paulo Duarte, com a seleção de Burkina Faso, bateu na trave. Em 2017, a surpreendente seleção dos "garanhões" chegou à semifinal da Copa Africana, mas perdeu para o Egito. Antes disso, Duarte havia sido técnico de Burkina Faso entre 2008 e 12, construindo a base do time que seria finalista em 13 - mas o comando então era do belga Paul Put. Hoje, o português é técnico do Togo.
A vaga histórica na final virá na melhor fase que os treinadores portugueses já viveram na história. José Mourinho obviamente ganhou notoriedade mundial, mas muitos vieram depois dele para assumir postos importantes em clubes da Premier League inglesa. No Brasil, Jorge Jesus arrebentou a boca do balão com o Flamengo em 2019, depois veio Abel Ferreira para ganhar as Libertadores 20 e 21 com o Palmeiras.
Carlos Queiroz, que nasceu de fato em Moçambique, 68 anos atrás, notabilizou-se como braço direito de Alex Ferguson, no Manchester United, entre 2002 e 2003 - o que lhe rendeu o posto de técnico do Real Madrid na era galáctica. Mas, antes disso, ele havia sido responsável pela grande revolução no futebol de base de Portugal. Foi o técnico campeão mundial sub-20 em 89 e 91, com Figo, Rui Costa, João Pinto, Jorge Costa, Abel Xavier, Paulo Sousa (hoje técnico do Flamengo) e outros nomes importantes. Chegou a ser treinador da seleção principal entre 91 e 93.
Rodou por vários países e continentes antes de passar por United, Real e voltar a ser técnico de Portugal entre 2008 e 2010, assumindo o posto que era de Luiz Felipe Scolari. Depois da Copa da África, ele assumiu o Irã e classificou o país asiático para os Mundiais de 2014 e 2018. Assumiu a Colômbia em 2019 e foi demitido após alguns maus resultados nas eliminatórias. Em setembro do ano passado, foi apontado como técnico do Egito com a missão de ganhar a Copa Africana e classificar o time de Salah para o Catar-2022.
Depois de uma primeira fase ruim, o Egito fez dois jogos bons contra Costa do Marfim e Marrocos. Passou nos pênaltis da primeira, na prorrogação do segundo. É um time forte defensivamente e que tem simplesmente Salah na frente.
Toni Conceição tem uma carreira menos laureada que a de Queiroz. Passou por vários clubes pequenos de Portugal e foi triunfar no Cluj, da Romênia, com dois títulos nacionais. O último, em 2019, lhe rendeu o convite para assumir Camarões, a seleção anfitriã da Copa Africana e que jogará com todo o apoio da torcida.
O último título do Egito foi conquistado em 2010. O de Camarões foi em 2017, ganhando justamente dos egípcios na final.
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