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Salah x Mané, Parte 1: Astros do Liverpool decidem o título da África
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As zebras passaram por perto, entraram em um ou outro campo, deram as caras. Mas, no fim, a decisão da Copa Africana de Nações fica mesmo para duas das grandes candidatas ao título antes de o torneio começar. Egito e Senegal.
Qualquer pôster de divulgação do evento precisava ter as fotos de Mohamed Salah e Sadio Mané. Os grandes astros de Egito e Senegal jogam juntos no Liverpool, onde conquistaram uma Champions League (2019) e tiraram o clube da fila após três décadas sem o título inglês (2020). São 255 gols pela camisa vermelha nos últimos cinco anos. Formam a grande dupla de ataque do futebol mundial nas últimas temporadas.
Salah e Mané são também grandes seres humanos, que participam de ações filantrópicas em seus países sem buscar publicidade. Curiosamente, o confronto entre eles hoje (a final terá transmissão da Band, às 16h) é só o primeiro. Quem vencer, será coroado campeão da África. Quem perder, terá a chance da revanche. No mês que vem, Egito e Senegal disputam em ida e volta uma das vagas do continente na Copa de 2022.
Com jogadores extraordinários como Mané e Salah, era natural, pois, que as seleções deles estivessem no topo da lista de favoritos - ainda que a caminhada tenha sido pouco suave até lá.
O Egito chegou a perder para a Nigéria na fase de grupos e, depois, precisou de três prorrogações para avançar nos mata-matas - passou por Costa do Marfim e Camarões nos pênaltis, pelo Marrocos com um gol no tempo extra. Somados os minutos, é como se os egípcios tivesse jogado uma partida a mais que Senegal ao longo da competição. Está cansado, mas cheio de confiança. O fato é que enfrentou quatro das seleções cotadas para o título e terminou quatro dos seis jogos sem sofrer um gol sequer.
É a marca registrada do técnico português Carlos Queiroz: defesa sólida, saída rápida para contra ataque - ainda mais quando se tem Salah. Queiroz fez o mesmo no Irã, em Portugal e vários outros lugares por onde passou. É o técnico da "geração de ouro" lusitana, comandada por Figo e bicampeã mundial sub-20. Depois foi assistente de Alex Ferguson no Manchester United e treinador dos galácticos no Real Madrid, antes de partir para aventuras em vários continentes.
Senegal teve uma campanha mais tranquila, com quatro vitórias e dois empates, mas não enfrentou nenhum dos favoritos. Teve uma chave limpa até a decisão. O técnico é Aliou Cissé, que em 2002 era capitão quando Senegal chegou à final da Copa Africana pela primeira vez e atingiu as quartas de final da Copa do Mundo. Depois de 16 anos jogando pela seleção, aposentou-se em 2015 e logo virou o treinador senegalês.
Classificou o país para a Copa de 2018 e chegou à segunda final de Copa Africana, em 2019 - novamente, o sonho do título inédito ficou a um passo de ser consumado. Agora, é a terceira chance.
Algum desavisado pode olhar a lista de títulos continentais e considerar o Egito, o maior campeão, com sete conquistas, ultrafavorito contra Senegal, que nunca venceu a Copa Africana. Seria um engano.
Salah à parte, os egípcios formam uma seleção coletiva, mas com muitos jogadores do futebol local. Já Senegal é a seleção de Mendy, goleiro campeão da Europa com o Chelsea; Koulibaly, zagueiro que faz ótimas temporadas em sequência pelo Napoli; o veterano Gueyé, que navega entre as estrelas do PSG; e, claro, Mané, eleito jogador africano do ano em 2019.
É a chance de ouro de conquistar um título e "corrigir a história". A Copa Africana já teve 14 campeões diferentes, muitos deles com menos tradição e material humano que a seleção senegalesa já teve ao longo dos anos. Com anos de estabilidade no comando e um time recheado de estrelas, será que chegou a hora?
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