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Palmeiras foi gigante nos 90 minutos, mas chamou o gol na prorrogação
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O título mundial do Palmeiras ficou para outra vez - se é que haverá outra vez. Com uma atuação muito boa nos 90 minutos, mas bastante ruim na prorrogação, o Palmeiras perdeu para o Chelsea por 2 a 1, em Abu Dhabi. O castigo veio com um gol de pênalti de Havertz, aos 12min do segundo tempo da prorrogação.
O Palmeiras fez um jogo de igual para igual com o Chelsea, dentro de suas características. Defendeu-se na maior parte do tempo, reagiu bem ao que fazia o adversário e contou com uma lentidão atípica para um clube inglês. Conseguiu criar chances no tempo normal, mas aí veio a prorrogação.
Talvez seja a parte física, que bate para um time ainda em pré-temporada. Talvez seja pela falta de opções no banco de reserva. Talvez seja porque o Palmeiras seja um time mais acostumado a defender do que atacar. Mas o fato é que chamou o gol na prorrogação. Foi dando espaço, dando espaço, dando espaço, até que um jogada na área acabou no pênalti de Luan.
Abel, na prorrogação, colocou Navarro em campo. Parecia mais a busca de outro herói improvável do que uma alternativa tática. Luan havia feito uma partida impecável e é difícil culpá-lo pelo lance do pênalti. O de Thiago Silva, que resultou no empate do Palmeiras no segundo tempo, foi dez vezes mais estúpido.
Foi a quarta vez que o Mundial no formato Fifa acabou em prorrogação, em todas elas os europeus venceram, sem permitir a l"oteria" dos pênaltis. São nove títulos seguidos para os times da Uefa e agora não se sabe se a Fifa continuará organizando um Mundial nestes moldes - a ideia é criar um torneio a cada quatro anos, com 24 participantes, 12 deles europeus.
O JOGO
O primeiro tempo teve o desenho que o Palmeiras precisava. Um Chelsea lento, sem pressionar os portadores da bola, sem acelerar o jogo. Era o cenário ideal. O Palmeiras postou-se bem no campo de defesa e só sobrou ao Chelsea fazer lançamentos inúteis, que não criaram qualquer problema para o time da Abel.
E teve mais. O Palmeiras conseguiu os contra ataques que queria e teve uma bola perfeita para Dudu, mas o ídolo verde meio que tropeçou na bola ao dominá-la e não conseguiu finalizar bem.
O único momento em que o Chelsea foi superior foi nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Foi quando adiantou a marcação, empurrou o adversário para trás e deixou o Palmeiras sem respostas. Raphael Veiga precisou se desdobrar na marcação e abriu-se um enorme campo entre os atacantes e o resto do time. Do outro lado, Lukaku começou a participar mais do jogo.
Em uma jogada de Hudson-Odoi pela esquerda, o belga subiu na área e fez o 1 a 0. Era o gol que supostamente mataria a partida.
Mas aí apareceu Thiago Silva, um monstro de zagueiro, mas que faz umas lambanças meio inexplicáveis. A de hoje lembrou muito o jogo contra o Paraguai, na Copa América de 2015. Subiu na área com o braço aberto para cabecear, errou o tempo, deu azar e cometeu o pênalti. Veiga não perde, 1 a 1.
Neste momento, o Palmeiras teve seu melhor momento na final. Cresceu, ganhou moral, inflamou o estádio e passou a chegar com mais gente à frente. Para melhorar as coisas, Thomas Tuchel fez duas substituições daquelas que mostram como o Chelsea estava com a cabeça na temporada, não só no Mundial. Tirou os dois melhores do time, Hudson-Odoi e Lukaku, para as entradas de Werner e Saúl, bagunçando a organização do time.
Aliás, importante ressaltar que a ausência de Jorginho, que possívelmente sentiu algo na semifinal, quando acabou substituído no intervalo, comprometeu muito o toque de bola do Chelsea. O ítalo-brasileiro é fundamental para o time.
Na prorrogação, Tuchel colocou Ziyech e Sarr em campo e organizou o Chelsea em um 4-1-4-1, com Havertz na frente. A equipe inglesa melhorou e jogou dentro do campo do Palmeiras, que já não mostrou mais força para contra atacar. Foi defender, defender, defender e torcer pelos pênaltis. Que não vieram.
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