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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Dupla Benzema-Vini Jr é mais decisiva no ano do que trio estrelado do PSG

Benzema e Vini Júnior comemoram gol do Real Madrid sobre o Barcelona - Reprodução/Twitter
Benzema e Vini Júnior comemoram gol do Real Madrid sobre o Barcelona Imagem: Reprodução/Twitter

15/02/2022 04h00

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Paris Saint-Germain e Real Madrid abrem nesta terça as oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. O jogo de ida será em Paris, às 17h (horário de Brasília) - a outra partida do dia será em Lisboa, entre Sporting e Manchester City. O duelo vai opor o trio estrelado do time francês, o "trio dos sonhos" com Messi, Neymar e Mbappé, e a dupla de ataque que, efetivamente, é a melhor da temporada: Benzema e Vinícius Jr.

As dúvidas são justamente as presenças de Benzema, de um lado, e Neymar, de outro. Ambos vêm de lesões e possivelmente joguem, pois são fundamentais. Mas não estarão no melhor da forma e chegam sem ritmo de jogo.

Benzema é mais do que um simples centroavante, é um jogador fundamental para preparar jogadas, atrair a atenção de rivais e abrir o campo que Vinícius precisa. É seguro colocar o francês como melhor jogador da temporada 22/23, ao lado de Salah, do Liverpool.

Benzema tem 24 gols e 9 assistências em 28 partidas na temporada - cinco dos gols foram marcados na Champions, em cinco jogos. Ele perdeu os últimos três jogos do Real, atuou pela última vez em 23 de janeiro. Sem o atacante, o Real fez um gol em três jogos e foi eliminado da Copa do Rei.

Já Vini Jr soma 15 gols e 10 assistências em 32 partidas na temporada, mas não marca há um mês e caiu de produção bruscamente sem a presença de Benzema.

Com a dupla, o Real Madrid controla o Campeonato Espanhol e se classificou sem problemas na Champions League. É um time que, ancorado em boa defesa e o histórico trio de meio-de-campo, parece ser capaz de derrotar qualquer um. Vinícius e Benzema passaram a se entender de uma maneira impressionante, os movimentos são complementares e naturais. Mas, quando um deles não está, é problema.

Um problema oposto ao do PSG, que montou o trio dos sonhos, mas joga com mais equilíbrio quando um deles não está. Neymar deve começar a partida no banco, o que parece ser mais solução do que problema para o técnico Pochettino. Não por ser Neymar. Eu estaria falando o mesmo se faltassem Messi ou Mbappé.

O fato é que nenhum time consegue, no futebol de alto nível da atualidade, jogar com três caras a menos. Me refiro a tarefas táticas, pressão, fechamento de espaços. É claro que, com a bola, qualquer um deles pode resolver qualquer partida de futebol. Mas o PSG teve 54% de posse de bola (de média) na fase de grupos - o Real Madrid, por exemplo, teve 57%.

Se você fica com a bola durante meio jogo, é neste meio jogo que Messi, Neymar e Mbappé precisam resolver as coisas. E o outro meio jogo, como fica? A temporada do Paris começa hoje, mas durante os últimos meses algumas partidas foram disputadas, evidentemente. E ficou claro como o time sofre defensivamente com os três em campo.

Uma solução é tirar um deles. Como Neymar volta de lesão, Pochettino tem um bom álibi para não causar comoção mundial ao deixar um no banco. A outra solução seria ter alto nível de sacrifício coletivo por parte das estrelas. Boa sorte, Pochettino!

Mbappé me parece ser a grande chave para o Paris. O rapaz deve ir para o Real Madrid no meio do ano, o segredo mais mal guardado da história do futebol. Apesar de já ter deixao pública a insatisfação por não ter sido negociado já no início da temporada, ele vem correspondendo - fez 21 gols e deu 16 assistências em 31 jogos na temporada. Neymar marcou 3 e deu 3 passes para gol, Messi fez 7 gols e deu 8 assistências.

O talento individual do Paris pode fazer a diferença em qualquer fase, e Mbappé parece ser o jogador com mais poder de decidir partidas no momento. Algum dos outros, porém, irá correr por ele?