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Modric, eleito em 2018, poderia ser melhor do mundo em qualquer ano
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O Real Madrid estava morto no Santiago Bernabéu. Estupefato, perdia por 3 a 0 para o Chelsea, vendo ruir a enorme vantagem construída semana passada, em Londres.
Mas aí Luka Modric recebe um despretensioso passe de lado de Marcelo. E arruma um cruzamento-passe de três dedos simplesmente inacreditável, na medida, para Rodrygo acertar uma linda finalização e "empatar" o confronto. O 1-3 espelhava o resultado da ida, o que levou o jogo para a prorrogação.
Na prorrogação, o herói foi Benzema, autor de quatro gols na eliminatória. Ele completou de cabeça um passe lindo de Vinícius Jr, que havia recebido uma bola de Camavinga - este, por sua vez, entrou no segundo tempo enquanto Kroos saía de campo cuspindo marimbondos. Quem diria que Modric duraria mais até que Kroos.
Ao contrário de clubes como PSG, o Real Madrid nunca "derrete". Nunca se entrega. A camisa é realmente a mais pesada do mundo, e os jogadores sentem isso. Os dois gols não evitaram a derrota - no fim, o Chelsea venceu no Bernabéu por 3 a 2. Mas foram suficientes para fazer valer o resultado da ida e colocarem o Real Madrid nas semifinais da Champions League.
Modric é o maior legado de José Mourinho para a história do Real Madrid. Um jogador genial, cuja contratação foi zero badalada - lá se vão dez anos. Se ele não tivesse sido eleito o melhor do mundo em 2018, seria aquele cara que todos diriam que merecia uma Bola de Ouro na carreira. Mas, como ganhou, parece que virou o maior perneta da história.
Tratam o The Best e a Bola de Ouro de Modric como aberrações. Eu nunca vi qualquer injustiça ali. E digo mais: poderiam escolher qualquer ano desde, sei lá, 2014, para eleger Modric melhor do mundo. Talvez 2018 fosse mesmo o ideal, já que Messi e CR7 estiveram abaixo e a nova geração ainda não estava arrebentando. Mas, se quiserem dar agora em 2022, fica tudo bem por mim também. O que joga Luka Modric não está escrito.
O meio de campo é setor mais importante de qualquer time de futebol, sempre foi. Atacante faz gol, goleiro defende, todos são importantes - afinal, é um esporte coletivo. Caras como Modric, no entanto, fazem o time inteiro jogar. Já tivemos muitos aqui no Brasil no passado, fomos perdendo isso ao longo dos anos. Modric poderia vestir a camisa da seleção brasileira em qualquer momento da história, estaria tudo certo. Na atual, então, seria uma benção.
O Chelsea valorizou demais a classificação do Real e a vaga poderia ter ido para qualquer lado. Claro que não passa somente por Modric. Benzema fez quatro gols, Vini Jr jogou muito, Courtois fez defesas cruciais em Londres e em Madri (evitando o 0-4). Até Ancelotti acertou, com as entradas de Camavinga e Rodrygo.
Mas eu fico com o croata. Que aos 5min do segundo tempo da prorrogação estava lá roubando bola no campo de defesa. É um gênio. Joga de terno. E faz tempo.
Hoje, 21h, estarei ao lado de Edu Álvarez e Joaquim Piera em Live do Futebol Sem Fronteiras para falar sobre a classificação épica dos espanhóis na Champions League. O link é este aqui.
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