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Por que a retranca de Vagner Mancini gerou mais perigo que a de Simeone?
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O confronto entre Guardiola e Simeone, pela Liga dos Campeões da Europa, deu o que falar. Mas outro confronto de natureza parecida, em outro contexto, logicamente, ocorreu ontem à noite no Mineirão. Atlético e América ficaram no empate por 1 a 1, em jogo da fase de grupos da Libertadores da América.
O Galo teve 81% de posse de bola, o que gerou 28 finalizações e 17 escanteios. Foi um jogo de "um time só"? Pode-se dizer que sim. Mas o gol do Galo só saiu em um lance em que Ademir estava impedido. E o América, com seus 19% de posse, finalizou quatro vezes a gol e teve três ou quatro contra ataques que poderiam ter levado muito perigo, não tivesse acontecido algum errinho ou detalhe na jogada.
O fato é que o América foi, no Mineirão, mais perigoso do que o Atlético de Madrid em três dos quatro tempos do confronto contra o Manchester City pela Champions.
O plano de Simeone era se defender e sobreviver por 135 minutos - os dois tempos em Manchester e o primeiro em Madri -, para, então, tentar alguma coisa no segundo tempo da partida de volta. Nestes 135 minutos (mais acréscimos), o Atleti teve na casa de 30% de posse de bola e gerou somente duas finalizações a gol.
Eu não discuto o plano. O plano era bom e, se olharmos para os placares (1-0 e 0-0) e para as chances criadas pelo Atlético na etapa final ontem (melhores do que as do City no confronto inteiro), dá para dizer que o plano de Simeone foi executado quase com perfeição. Faltou só a bola entrar, realmente.
O que eu discuto é: por que abrir mão até mesmo de contra atacar? Por que até Vagner Mancini, com zero dias de treino, conseguiu fazer o América Mineiro executar uma estratégia de defesa e contra ataque e Simeone não?
Podemos argumentar que a resposta a esta pergunta passa pelo adversário. O Atlético-MG não tem a mesma qualidade do City, consequentemente permite mais jogadas de contra ataque e, com um zagueiro lento (Godín), permite ao adversário transformar a correria em chances. Sim, isso é verdade.
Mas o Atlético de Madrid, por outro lado, não joga com Felipe Azevedo, Everaldo e Paulinho Boia. E, sim, com João Félix e Griezmann - fora a turma que ficou no banco. E o City não é exatamente uma fortaleza defensiva. Era possível, sim, se defender contra o City sem abdicar de contra ataques. E, por mais que Simeone tenha passado perto de mais um feito para a história, dava para ter sido melhor. Dava para ter potencializado as chances do time com os jogadores que tem.
Mancini quis se defender e atacar da única forma possível. Unai Emery, com o pequeno Villarreal, encontrou maneiras de se defender e contra atacar o Bayern de Munique. Já Simeone abdicou de suas chances durante três quartos do duelo contra Guardiola.
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