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Perto do título na Itália, futuro do Milan segue cercado de dúvidas
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O Milan está a um ponto do título italiano, a grande "final" será neste domingo (13h). O jogo será em Reggio Emilia, onde o Sassuolo manda suas partidas. Fica a meia hora de Sassuolo, mas a uma hora e meia de Milão, a invasão milanista é cantada, acontecerá e há relatos de ingressos sendo vendidos a mais de 6 mil euros no mercado paralelo.
Se o título vier, será inesperado, mas bastante justo. Largado por Berlusconi e comprado por um chinês picareta, o Milan teve anos difíceis, ficou sete temporadas fora da Champions League. Nos últimos anos, o fundo americano Elliott, que só ficou com o clube por falta de pagamentos dos chineses endividados, resolveu "colocar a casa em ordem" para poder vendê-lo. Apostou em Paolo Maldini, grande ídolo, para tocar a parte esportiva. E deu certo.
O Milan contratou jovens atletas, ainda sem muito nome, encontrou o encaixe, substituiu Donnarumma no gol e trouxe Ibrahimovic para ajudar no desenvolvimento do time - além de colocá-lo em posição de disputar jogos grandes, o que também traz experiência, vivência. Na temporada passada, o Milan chegou a liderar na esteira do grande (e inesperado) início de Ibra. Neste ano, ele não foi tão importante em campo, mas a semente da competitividade já estava plantada.
A Inter de Milão tem um elenco melhor que o do rival, mas perdeu Conte e Lukaku no começo da temporada. E jogou fora muitos pontos no meio da temporada, o que permitiu ao Milan voltar à disputa e, aí sim, fazer uma reta final de Série A incrível. Desde uma inesperada derrota para o Spezia, há três meses, o Milan não perde no campeonato. Ganhou o confronto direto contra a Inter com dois gols de Giroud, outro cara que trouxe experiência ao elenco, e o direito de acabar empatado em pontos com a rival para ficar com a taça - é por isso que basta um ponto amanhã.
Uma vez consagrado, o Milan voltará a tempos de dúvidas. A maior delas é: o clube será vendido?
O grupo americano não parece estar interessado em ficar na operação. O principal candidato é um fundo do Bahrein, o que completaria o grupelho de ditaduras do Oriente Médio aproveitando o futebol para limpar a imagem e virarem "sócias" dos europeus. O Catar já comprou o PSG, Abu Dhabi comprou o Manchester City, a Arábia Saudita pegou o Newcastle, falta apenas o Bahrein. Jamil Chade e Léo Bertozzi explicam tudo isso no episódio #50 do Podcast Futebol Sem Fronteiras.
O valor da compra rondaria 1 bilhão de dólares. Mas há pelo menos um entrave dos grandes: o estádio. O Milan compartilha o San Siro com a Inter, um estádio lindo, mas obsoleto. É necessário furar a burocracia italiana para que os dois gigantes consigam construir, juntos ou separadamente, um estádio como o da Juventus - na linha do que fazem todos os clubes grandes e ricos do mundo.
Enquanto não fica definido de quem o Milan será e quais as ideias dos novos donos, o time atual vive em uma constante interrogação na esfera do mercado da bola. Rafael Leão, o jovem português de origem angolana que foi o maior destaque individual do time na temporada, desperta o interesse de muitos clubes e pode gerar mais de 100 milhões de euros aos cofres do Milan. Kessié está de saída para o Barcelona. Ibra deve parar.
Os próximos passos serão fundamentais para entendermos se o Milan voltará a ser um protagonista na Europa ou se o provável título italiano, quebrando um tabu de 11 anos, será apenas um "acidente de percurso" e logo Juventus e Inter já voltarão a dominar o calcio.
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