Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Rogério Ceni tentou se antecipar, matou jogo do São Paulo e chamou empate
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O São Paulo deu um baile no Corinthians no primeiro tempo. Fez 1 a 0 e, não fosse Cássio, teria feito muitos mais gols. E aí Rogério Ceni, que foi brilhante na montagem do time para tentar a primeira vitória na história em Itaquera, quis se antecipar. E errou.
"Em time que está ganhando, não se mexe", este é o velho ditado popular. Não gosto muito dele, às vezes é necessário, sim, mexer no que está bom para ficar ainda melhor. Não é possível aguardar passivamente as coisas continuarem dando certo. Mas, convenhamos, não é preciso mexer tanto assim no que está bom.
Rogério fez três alterações no intervalo. Isso mesmo, três! Tirou dois jogadores que estavam bem (Igor Vinícius e Reinaldo) e um que estava mais ou menos (Luciano) para mudar o sistema do time (de 3-5-2 para 4-4-2). Colocou Rafinha, Patrick e Éder. Acho que trocar um atacante por outro estaria de bom e tamanho e, então, mudar outras peças de acordo com o que o Corinthians apresentasse.
A ideia de Ceni era óbvia: defender bem, já que o Corinthians inevitavelmente buscaria o empate, e buscar eficiência no corredor com Patrick, de um lado, e Éder mais móvel para puxar contra ataques. Não deu certo. É culpa do técnico? Nunca se pode prever quem vai entrar bem ou mal. Mas o fato é que os caras que saíram de campo estavam bem, dominando o Corinthians em todos os setores. Ele trocou o certo pelo incerto.
O resultado prático é que o São Paulo recuou, ficou sem contra ataque e chamou o Corinthians. Que fez um jogo bastante meia boca, mas conseguiu o empate com Ádson - outro que entrou no intervalo, no lugar de Gil, mas este jogou bem. O Corinthians atuou com três zagueiros no primeiro tempo e fez um jogo pífio, como já fizera durante a semana contra o Boca, na Argentina.
No segundo tempo, com a torcida, o afã de buscar o empate e o recuo do adversário, o time melhorou. Mas algumas das escolhas de Vítor Pereira foram bastante discutíveis. E Roger Guedes parece, de fato, distante de cair no gosto do técnico.
VP escalou mal e melhorou o time, mas só não perdeu mais um clássico por causa de Cássio e de Ceni, que escalou bem e piorou o time.
Ambos estão relativamente bem na temporada e são times que vão oscilar, isso está claríssimo. No mata-mata, podem chegar longe, há potencial. No Brasileiro, disputaram hoje a liderança, que ficou com o Corinthians por mais uma rodada. Mas, acho eu, é o outro integrante do trio-de-ferro o mais forte para o restante do campeonato.
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