Rival do Brasil na Copa, Suíça virou 'queijo' na defesa e parece inofensiva

A Suíça das eras Hitzfeld (2008 a 2014) e Petkovic (2015 a 2021) notabilizou-se por ter se transformado em uma seleção competitiva e muito competente defensivamente. Assim, conseguiu chegar a mata-matas nas principais competições (quase sempre se classificando para Copas e Euros no século) e incomodou grandes forças do futebol mundial (tirou a França da última Euro, empatou com o Brasil na última Copa e por aí vai).

A nova Suíça, comandada há menos de um ano por Murat Yakin, virou um "queijo suíço" - não dá para perder a piada. Neste domingo, levou 4 a 0 de Portugal pela Nations League e poderia ter sido mais. No meio de semana, havia perdido para a República Tcheca com dois gols dignos de várzea.

Yakin, de origem turca e ex-jogador da seleção suíça, foi bicampeão nacional com o Basel em 2013 e 2014, chegou a ser chamado de "novo Guardiola", como tantos outros e, assim como também aconteceu com tantos outros, a vida real superou as expectativas. Estava treinando um time de segunda divisão quando foi chamado pela Federação Suíça para assumir o lugar do bósnio Petkovic - que, depois da Euro (em 2021), aceitou o convite do Bordeaux e já foi demitido.

A classificação direta da Suíça para a Copa tem muito mais a ver com a Itália, com pênaltis perdidos e tropeços inexplicáveis, do que propriamente com as atuações suíças. Em 2022, a seleção helvética não ganhou qualquer um dos quatro jogos que fez. O que está acontecendo? Um mudança de estilo.

A Suíça vem tentando ser protagonista de seus jogos. Hoje, contra Portugal, chegou a criar chances no primeiro tempo e teve um gol (bem) anulado quando ainda estava 0 a 0. Mas é um time simplesmente desacostumado com esse protagonismo e que se habituou a defender com linhas baixas, não altas. Os times que enfrentam a nova Suíça estão encontrando espaços que, antes, não existiam. "Jogo de trocação" era algo que não existia, agora virou constante.

Portugal não joga bem coletivamente sob comando de Fernando Santos, mas é uma seleção cheia de talentos. Se tiver espaço, te massacra. Foi o que aconteceu neste domingo, com dois gols de Cristiano Ronaldo.

A notícia é boa para o Brasil, que está no mesmo grupo da Suíça na Copa do Mundo e enfrentará uma seleção menos consistente do que aquela de quatro anos atrás.