Topo

Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras sobra, mas plano perfeito não garante sucesso a partir de agora

Gustavo Gómez e Danilo, do Palmeiras, fazem dancinha para comemorar quarto gol do Palmeiras sobre o Atlético-GO - Ricardo Moreira/Getty Images
Gustavo Gómez e Danilo, do Palmeiras, fazem dancinha para comemorar quarto gol do Palmeiras sobre o Atlético-GO Imagem: Ricardo Moreira/Getty Images

23/06/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Palmeiras está sobrando no Campeonato Brasileiro, ainda que os pontos de vantagem para o segundo colocado não sejam muitos. É uma questão de sensações, impressões que nos remetem a algo que já vimos: a cara de time campeão.

Esta, é bom lembrar, é a primeira temporada "normal" de Abel Ferreira no Palmeiras. Ele chegou já no segundo semestre de 2020, conquistou a Libertadores e a Copa do Brasil em 2021, emendou temporadas, abdicou cedo do Brasileirão e partiu em busca da segunda Libertadores.

Em 2022, teve, afinal, férias, pré-temporada e tempo para programar o ano. Começou com tudo, pois era necessário jogar o Mundial de Clubes. A primeira parte da temporada só não foi perfeita porque o Verde sucumbiu na prorrogação contra o Chelsea. Começava, então a segunda parte da temporada, que o Palmeiras usou para dosar energias e buscar reforços. Ao contrário do que aconteceu na reta final da Libertadores-21 e no Mundial, Abel deixou de ter um time titular.

O elenco rodou e, desta maneira, foi possível ganhar o Paulistão, atropelar na fase de grupos da Libertadores, superar estágios iniciais da Copa do Brasil e focar em um bom início de Brasileirão. Foram poucas lesões, poucos tropeços e muitas goleadas. Os reforços foram encontrados no futebol argentino e serão inscritos na abertura da janela, em julho.

A partir de hoje, começa a fase 3 da temporada para o Palmeiras. E esta é uma parte bastante imprevisível do ano, bem mais do que as anteriores.

O jogo desta noite, no Morumbi, abre a fase de mata-matas que não podem ser muito negociados. Não dá para especular contra o São Paulo na Copa do Brasil, é um time duro e um rival histórico. Assim como não dará contra o Cerro Porteño e, possivelmente, o Atlético Mineiro na Libertadores. A fase 3 da temporada tira do Palmeiras a margem de erro.

O planejamento foi perfeito, o Palmeiras chega a este momento na ponta dos cascos, com jogadores em forma, elenco bem treinado, automatismos afiados. Mas, aqui, o controle é menor. O imponderável dá as cartas. Sem dúvida, a boa preparação e o alto nível de confiança colocam o Palmeiras em uma posição invejável. Mas Abel não consegue controlar a bola que desvia, o erro, os nervos dos outros.

Tudo o que o Palmeiras fez até agora é garantia de sucesso em uma maratona, como o Brasileirão. Mas não garante absolutamente nada nos 100 metros rasos, no tiro curto que é o mata-mata.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL