Vaga na Sul-Americana salva duas vítimas e evita inferno para o São Paulo

São Paulo e Ceará fizeram uma eliminatória bastante equilibrada na Sul-Americana. Rogério fez algumas apostas com as substituições ao longo do confronto, o Ceará mostrou muito coração e a coisa poderia ter ido para qualquer lado. No fim, deu São Paulo nos pênaltis.

A eliminação seria uma inferno para o clube, que coleciona muito mais fracassos do que glórias desde que se autointitulou "soberano". Dez anos atrás, a Copa Sul-Americana era quase um prêmio de consolação, um troféu menor do que a história do São Paulo. Hoje, seria comemorada como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Relacionadas

Ceni classifica avanço do São Paulo como 'sonho' e elogia elenco 'heroico'

Menon: 'São Paulo fez tudo para não vencer, mas dá alento para título'

Marcas da vitória: SPFC mostra machucados em Calleri após classificação

O São Paulo queria, podia e devia fazer um Brasileirão de G4. Mas pontos foram ficando pelo caminho e o desenho que a temporada tomou empurra o clube para as Copas. É tentar ganhar a Sul-Americana, que é um troféu internacional e dá vaga direta na Libertadores, e a inédita Copa do Brasil. Dado o cenário, cair para o Ceará seria um golpe tremendo. Porque torcedor, conselheiro e diretor olham, sim, para camisa e tradição - muito mais do que para realidades tática e técnica.

E o golpe teria duas vítimas claras. Wellington entrou no segundo tempo no lugar de Reinaldo e cortou mal um cruzamento, deixando a bola de bandeja para Guilherme Castilho fazer o segundo gol do Ceará. E Igor Gomes, um dos mais avacalhados pela torcida, perdeu o pênalti que daria a classificação. No fim, o Ceará perdeu outro e Patrick resolveu.

Wellington e Igor Gomes seriam vítimas fáceis de uma eliminação no Castelão. Mas não teve eliminação, teve classificação. E agora o São Paulo faz outro confronto desigual - em termos históricos - contra o Atlético-GO. Antes disso, joga com o América-MG pela Copa do Brasil. Não dá para reclamar dos obstáculos, eles podiam ser bem maiores.

Cabe ao São Paulo fazer jus a sua história e seguir escrevendo páginas, não apenas contar as que já estão escritas.