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Neymar começa a caçada à Champions League mais estranha da história
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A imprevisibilidade do mata-mata, a parte da Liga dos Campeões que tanto amamos, ainda está longe. Os jogos que valem serão só no ano que vem e haverá "só" uma Copa do Mundo separando as duas metades do torneio, o que faz desta Champions a mais estranha da história. Times podem estar completamente diferentes em 2023, pois o estado anímico de muitos jogadores mudará - e muito.
Começa hoje a fase de grupos, que perdeu muito da graça que teve um dia. Quase todos os grupos são fáceis de prever, acontece um ou outro resultado surpreendente, uma ou outra boa história para contar. É o resultado prático da elitização que assola o futebol por todas as partes do mundo. De qualquer forma, até que se crie alguma insuportável Superliga dos pontos corridos, a Champions League continua sendo o melhor torneio de todos, o mais visto e o mais desejado.
Neymar transformou-se no jogador de futebol mais caro da história, em 2017, com uma missão: levar o Paris Saint-Germain, o clube-Estado que pertence ao Qatar, ao título da Europa.
Por enquanto, nenhuma das cinco tentativas deu certo. Em alguns momentos decisivos do mata-mata, ele estava machucado. Na bolha de Lisboa, em 2020, bateu na trade com a derrota na final. A temporada passada foi marcada pelas históricas remontadas do Real Madrid, a primeira delas justamente contra o PSG. Um time sem alma.
Neymar chega à sexta tentativa, ao lado de Mbappé - que, no caminho, ganhou uma Copa do Mundo com a França e se transformou no principal nome do clube ao decidir ficar, em vez de ir para o Real Madrid. Uma não-saída virou a maior notícia de uma janela de transferências dominada pelos clubes ingleses.
São os mais ricos e poderosos do planeta. Por sorte, a Uefa ainda não deixa uma Champions ter oito ou nove times do país mais rico do continente, como faz a Conmebol na Libertadores. Então, nem sempre um inglês ganha. É mata-mata, afinal. São cada vez menos adversários para eles, mas os que sobram são suficiente fortes. Os suspeitos de sempre: Bayern de Munique, Real Madrid, Barcelona e, claro, agora também o PSG.
Como o próprio Mbappé disse ontem, a relação dele com Neymar é de "respeito". Ora amizade bonitinha de Instagram, assistências e gols, ora um fica sem falar com o outro. No momento, com o início absurdo do Paris na temporada, estão só na alegria e risadinhas. Possivelmente isso continuará assim durante a fase de grupos da Champions.
O jogo de estreia, às 16h, hoje, será contra a Juventus. Na teoria, deveria ser um duelo equilibrado. Na prática, não é. O PSG vai ganhar o grupo com sobras, todos irão se divertir. E aí vai chegar a Copa do Mundo. O pequeno detalhe que quebra a temporada em duas partes. Neymar e Messi estão claramente jogando com a cabeça na Copa.
O primeiro quer chegar no auge. Sabe que ganhar a Copa é o grande diferencial entre fazer parte de um grupo de, sei lá, cinco maiores jogadores brasileiros da história ou não estar nem entre os 20. É como a banda toca por aqui. Neymar está destruindo, comendo a bola, vivendo talvez seu melhor momento. Faltam dois meses e meio para os jogos que mais importam, não parece impossível manter o nível. A questão é, uma vez dentro da concentração e com os amigos da "resenha", manter o foco e o "modo impiedoso" ligado.
Já Messi quer só chegar inteiro à Copa. Ele também sabe que ganhá-la é a diferença entre ser o número um e o número dois em seu país. Só Mbappé parece mais preocupado com o feudo parisiense do que com a seleção.
De todas as formas, é só em fevereiro, março, abril que acontecerão os jogos que importam para o Paris. O Mundial já terá sido passado. Possivelmente um dos três será campeão do mundo e os outros dois terão de lidar com suas frustrações. Estarão juntos e felizes, como agora? Não sabemos.
Se Neymar tiver liderado o Brasil ao hexa, triunfar (de verdade) no PSG será um detalhe de pouca relevância. Se a Copa estiver em outras mãos, só se falará na Champions League e a sexta tentativa de ganhá-la com o clube do dinheiro infinito. A caçada recomeça hoje.
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