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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Erros do Palmeiras foram maiores que os da arbitragem contra o Athletico

07/09/2022 04h00

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Seria correto reduzir o título da Libertadores de 2020 a uma tabela fácil e sorte na partida de volta contra o River? Seria correto reduzir o título de 2021 ao pênalti perdido por Hulk ou`à pisada na bola de Andreas Pereira?

Não, não seria. Como também não é correto afirmar que o Palmeiras só não está em mais uma final de Libertadores por causa da arbitragem de ontem do uruguaio Esteban Ostojich.

Os grandes vilões da eliminação do Palmeiras foram os cartões vermelhos, tão bobos quanto justos, recebidos por Danilo, Gustavo Scarpa e Murilo na hora H do torneio. Em um futebol tão equilibrado como o atual, como sobreviver a tantos erros? É possível colocar na conta também o gol inacreditável perdido por López no início do jogo de Curitiba.

E, claro, é possível falar de sorte também. Porque sorte e azar importam, claro que importam. Uma bola que bate na trave e sai ou entra, uma bola que desvia em Piquerez e engana Weverton, um chute errado de Vargas, outro errado e que dá certo de Deyverson, um pênalti perdido aqui, outro feito ali. Oras, sorte sempre importou na esporte de alta competição. E a sorte não sorriu para o Palmeiras ontem, como havia sorrido anteriormente.

Mas a sorte, sozinha, não é nada. E o Palmeiras brincou demais com ela. As expulsões de Danilo e Scarpa foram superadas no Allianz contra o Atlético-MG, mas as ausências fizeram muita diferença no primeiro jogo semifinal e ainda foram agravadas pela lesão de Raphael Veiga (olha o azar aí). Aliás, naquele jogo Hugo Moura, do Athletico, foi expulso em um lance bobo, mas em que ele sofre falta antes. Não vi Abel reclamar deste erro de arbitragem e tampouco aproveitar a vantagem de ter um homem a mais lá.

Danilo, suspenso por dois jogos, perdeu também a partida de ontem. E Murilo completou a trinca de expulsões com a entrada horrível sobre o ótimo Vítor Roque.

A arbitragem de ontem foi ruim para o Palmeiras? No meu ponto de vista, foi. Não pelo lance de Alex Santana - ali, eu concordo com o amarelo, ainda que compreenda quem enxerga uma agressão digna de vermelho. Mas, sim, pelo pênalti não marcado de Fernandinho sobre Rony, um lance que poderia ter representado o 3 a 0 e fim de papo.

O torcedor brasileiro adora creditar somente, exclusivamente, às arbitragens os seus dissabores. Portugueses também têm essa característica. E Abel Ferreira é um digno representante da escola. Ele é muito melhor técnico do que as justificativas que encontra quando perde.