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Richarlison x Gabriel Jesus: Duelo na seleção e pela liderança da Premier
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Arsenal x Tottenham, o Dérbi do Norte de Londres. O clássico mais histórico da capital, um jogo quente, com tensão fora de campo, torcidas sendo escoltadas do metrô ao estádio e.... quem diria? Um jogo que vale a liderança na Inglaterra e que terá, em lados opostos, os dois candidatos a serem o camisa 9 da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Na era dos clubes comprados por magnatas e grandes investimentos, Arsenal e Tottenham não frequentaram exatamente as cabeças do futebol inglês. O Arsenal era, inclusive, o mais forte do país e rivalizava pelos títulos mais importantes com o Manchester United. O Tottenham, convenhamos, nem isso. Até que melhorou ultimamente e tem frequentado a Champions League, o que não é pouco considerando o nível da Premier League, e bateu uma final europeia.
Os dois tiveram a chance de ouro do título doméstico em 2016, mas sucumbiram e viram o campeão improvável ser o Leicester. Nesta temporada, contrataram bem, contam com os problemas enfrentados por Liverpool, United e Chelsea e lá estão eles, rivalizando com o Manchester City pelo título. O Arsenal tem 18 pontos, o Tottenham tem os mesmos 17 do City.
No Futebol Sem Fronteiras #62, sobre o North London Derby, os correspondentes em Londres João Castelo Branco e Renato Senise contam que nenhuma das duas torcidas sonha com o título. Ninguém fala disso. Mas poxa, por que não sonhar? Ainda mais em um ano estranho, de Copa do Mundo, de calendário (e trabalho de Guardiola) quebrados.
A seleção brasileira acabou representando uma bela vantagem para o Arsenal antes do dérbi deste sábado. Os Gabrieis todos, Jesus, Magalhães e Martinelli, não foram convocados, descansaram e treinaram. Já Richarlison, do Tottenham, foi e jogou as duas partidas. Assim como Kane e Son, que, lógico, nada têm a ver com a nossa seleção.
Certamente Gabriel Jesus preferia ter jogado com a seleção do que ter visto Richarlison arrebentar novamente. Jesus não é exatamente idolatrado pela crítica, foi o atacante dos "zero gols" em 2018. Mas é um rapaz de 25 anos de idade apenas, que passou 5 deles aprendendo com Guardiola, mas também sendo "podado" pelo técnico. A transferência para o Arsenal foi simplesmente espetacular para ele, é como se uma fera enjaulada tivesse sido solta.
Gabriel não só reencontrou minutos e confiança, ele também reencontrou os gols e mostra-se um camisa 9 de garantias. É um cara, hoje, muito mais preparado para ser titular da seleção brasileira na Copa do Mundo do que estava em 2018. Tite estava com dificuldades para encontrar um titular para a posição, andou até provando o time com Neymar de falso 9. De repente, em questão de meses, ele tem três: os dois que estarão no dérbi e Pedro.
O que acontece é que Richarlison pode até não ser um primor técnico, mas é um cara que simplesmente entrega o necessário. Notei algumas declarações dele, após os jogos da seleção contra Gana e Tunísia, pedindo mais respeito e confiança. Esqueça isso, Richarlison! O que importa são o respeito e a confiança que o treinador e os companheiros têm.
A recente comparação de um jornal europeu com Ronaldo é uma aberração. Mas vejam, eles têm, sim, algo em comum. Ambos jogam muito mais pela seleção do que pelos clubes, são jogadores que parece que se transformam quando veste a amarelinha. E isso não quer dizer que Richarlison não tenha dado conta do recado no Fluminense, Watford e Everton e não dê agora no Tottenham. Pelo contrário, já é ídolo da torcida pela entrega, a raça e a bola. Mas, na seleção, é outro patamar.
Eu, no lugar de Tite, nunca ousaria tirar Richarlison do time. Mas a disputa com Gabriel Jesus existe e é boa. Na seleção, estarão juntos. Amanhã, é cada um com sua camisa. E, jogando em casa, com um time mais descansado, acho que o Arsenal leva ligeira vantagem.
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