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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Real Madrid passa fácil por um Barcelona inoperante e com técnico perdido

Luka Modric disputa a bola contra Sergio Busquets na partida entre Real Madrid e Barcelona - Quality Sport Images/Getty Images
Luka Modric disputa a bola contra Sergio Busquets na partida entre Real Madrid e Barcelona Imagem: Quality Sport Images/Getty Images

16/10/2022 13h15

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Do Real Madrid, nem tem muito o que falar. Sobre o Barcelona, dá para passar um dia todo encontrando problemas. Os dois gigantes chegaram ao superclássico deste domingo empatados em pontos no Campeonato Espanhol. Nada mais enganoso. Enquanto o Real Madrid é um time pronto, o Barcelona é uma obra mal feita. E Xavi cada vez menos parece ser o cara certo para recolocar o clube no caminho, depois de anos desastrosos de gestão esportiva.

O Real venceu o clássico por 3 a 1 e abriu três pontos na liderança de La Liga, o Barça perde a invencibilidade apenas quatro dias depois de ficar virtualmente eliminado da Liga dos Campeões da Europa.

O jogo teve emoção nos minutos finais, depois de Ferrán Torres diminuir, aos 38min do segundo tempo. Ansu Fati, que entrou e dei vida o Barça, teve uma chance clara para empatar. Era natural que houvesse pressão por parte do time visitante e é verdade também que o Real Madrid deu bastante mole na etapa final. Basicamente, sentou em cima do resultado diante da inoperância do adversário.

Mas Carlo Ancelotti fez as alterações necessárias para o time melhorar fisicamente, Rodrygo entrou no lugar de Vinícius Jr e ele não precisa de muitos minutos para fazer as coisas acontecerem. Levou um pênalti, converteu e finalizou com o jogo.

O Real fez um primeiro tempo de total controle, com Tchouaméni e Valverde dominando de tal modo o meio de campo que Modric e Kroos, mesmo veteranos, podem jogar à vontade. A linha de defesa é segura e, na frente, as jogadas são óbvias e eficientes. Em uma escapada de Vinícius pela esquerda, Ter Stegen fez a defesa, mas a bola sobrou para Benzema marcar o primeiro.

O segundo gol foi um prêmio para Valverde, que acertou um chutaço de fora da área. O lance é emblemático, pois mostra perfeitamente como o Barcelona não consegue fechar espaços diante da linha defensiva. E o problema disso tem nome. Ou melhor, dois: Xavi e Busquets.

É incrível como Xavi ainda insista com Busquets como titular, insiste com Sergi Roberto pela direita. Pelo menos dessa vez Piqué não jogou. O técnico-estagiário, uma grande definição para as últimas semanas, tirou Gavi do time para colocar De Jong. Pedri passa o jogo correndo para trás. Dembélé não consegue produzir nada e só faz irritar Lewandowski.

Raphinha entra em campo sabendo que será substituído, mesmo sendo muito melhor jogador do que Dembélé. No segundo tempo, pode parecer que as alterações de Xavi "deram certo", afinal o Barça teve a chance de empatar. Mas isso aconteceu muito mais por uma perda de intensidade do Real do que outra coisa. Gavi e Ansu Fati, de fato, entraram bem. E, claro, sem Busquets no meio de campo o time ganhou agilidade.

O Barcelona tem material humano e La Liga vai permitir que o time volte a engatar vitórias seguidas. Mas o fato é que é um time longe de estar pronto e que não parece melhorar. Xavi está perdido. Eu iria atrás de Gallardo agorinha.