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Quebrado e zicado: Inferno astral do Barcelona não tem fim
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O Barcelona está pagando, semana após semana, os pecados todos cometidos na gestão temerária a que foi submetido nos últimos, sei lá, 10 anos. Depois de um sorteio bastante desfavorável, que acabou em eliminação logo na fase de grupos da Liga dos Campeões, o Barça "caiu" para a Europa League e.... adivinhem?
O sorteio da próxima fase da Europa League coloca frente a frente Barcelona e Manchester United, as duas camisas mais pesadas da competição. O Barça poderia ser emparelhado para enfrentar o Midtjylland ou o Nantes ou o Rennes. Mas não. Vai pegar bem o United.
Temos de lembrar que o presidente Joan Laporta adotou uma estratégia para lá de arriscada no início da temporada. Em vez de "apertar os cintos", resolveu ir para o rali sem nem usar capacete. Vendeu direitos de transmissão futuros, parte dos ativos do clube, adiantou verbas e montou um time, em teoria, forte suficiente para ganhar La Liga e ir longe na Champions. O problema de tal estratégia é colocar o futuro financeiro do clube atrelado aos resultados de campo. Futebol é futebol.
O Barça precisava de uma temporada de grande sucesso esportivo para fazer valer o plano e os deuses do futebol resolveram castigar o clube catalão. Na Champions, caiu no "grupo da morte", com Bayern e Inter de Milão - e morreu. A eliminação significa um prejuízo de, no mínimo, 20 milhões de euros. Parte disso poderia ser recuperado em caso de título na Europa League.
E aí vem, logo de cara, o confronto mais complicado possível. Claro que o United tampouco gostou do sorteio, mas, para o clube inglês, o torneio está lá no fim da lista de prioridades para temporada - tanto que tem jogado com o time reserva, onde atua Cristiano Ronaldo.
O Barça está precisando fazer, no campo, o que não fez fora dele: as coisas certas. Não é o que vimos acontecer na temporada passada ou nesta. O time não tem dado conta do recado, mesmo com contratações de peso. E Xavi cada vez menos passa confiança para ser o grande líder da reviravolta esportiva do clube.
Foram anos e anos e anos de negócios mal feitos, picaretagens, salários altíssimos pagos a jogadores que não valem o que ganham. Piqué acaba de se aposentar e logo começam a surgir contratos inacreditáveis envolvendo o zagueiro.
O Barcelona definitivamente deu o passo maior do que as pernas, e a pandemia escancarou tudo isso. A saída de Messi expôs os problemas até a raiz. O jeito de encará-los é para lá de discutível. O inferno astral do Barcelona não tem fim.
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