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Sem Benzema, França perde a única coisa que tinha melhor do que em 2018
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Eu já não acreditava na França nesta Copa antes do corte de Benzema. Depois então, tenho menos fé ainda. O Bola de Ouro, que destruiu a concorrência do Real Madrid ao longo da temporada passada e viveu em 2022 o auge da ótima carreira, chegou baleado ao Mundial e sofreu uma lesão no treino da França ontem. Foi cortado na própria noite de sábado e vai embora para casa - é, certamente, a grande decepção da carreira dele.
Benzema era o único "upgrade" da França em relação a 2018, quando conquistou o bicampeonato do mundo. No resto das posições ou para qualquer lado que se olhe, a França só piorou de quatro anos para cá.
Alguém pode argumentar que Mbappé está, hoje, quatro anos mais experiente e acrescentou elementos a seu jogo. Tecnicamente, pode até ser. Mas e na atitude? Será que Mbappé será na Copa um jogador mais ou menos coletivo do que foi quatro anos atrás, quando era apenas um garoto no meio de caras com história na seleção azul? Eu tenho um palpite: não, não será. Jogará para ele. Mas é só palpite.
Defensivamente, a França está em nível parecido ao de 18, mas perdeu Kimpembé, cortado durante a semana. No meio de campo, é um time de novatos - nenhum deles esteve em 18 e nenhum dos caras convocados naquela Copa da Rússia estará no Qatar. O técnico foi obrigado a confiar em Rabiot, um cara que simplesmente se recusou a treinar com a seleção por estar na lista de "reservas" entre os convocados para a Eurocopa.
No ataque, estava o super trunfo.
Não à toa, Deschamps "apelou" no ano passado, antes da Euro. A França já vinha com problemas e interrogações, Giroud nunca deixou ninguém apaixonado. Para ganhar o título europeu, perdido de forma traumática em 2016, em casa, ele precisava criar um fato novo. E resgatou Benzema após seis anos de esquecimento. Não foi o suficiente na Euro-2021, mas um ultramotivado Benzema melhorou ainda mais na temporada subsequente ao torneio, que lhe renderia a Bola de Ouro.
Mais do que Mbappé, Benzema era o cara para resolver os problemas de um time que nem mesmo definiu, ao longo do ciclo, se joga com defesa de três ou de quatro. Ele seria a voz da experiência e do equilíbrio para ajudar tantos novatos. Por sinal, o reserva imediato dele, Nkunku, também foi cortado.
São muitos problemas, muitas lesões, pouco entrosamento e uma nuvem carregada na cabeça de todo mundo. É muito difícil acreditar que a França possa repetir, no Qatar, o feito de quatro anos atrás.
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