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Julio Gomes

OPINIÃO

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Tite acerta com time ofensivo, mas tem de manter plano para primeira fase

Tite durante visita da seleção brasileira ao Estádio de Lusail - Nelson Almeida/AFP
Tite durante visita da seleção brasileira ao Estádio de Lusail Imagem: Nelson Almeida/AFP

para o UOL de Doha, no Qatar

23/11/2022 05h47

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Tite vai escalar a seleção para a estreia com sua formação mais ofensiva. Ou seja, Paquetá como um segundo volante/meia, Neymar ao lado dele, dois pontas (Raphinha e Vini Jr.), um atacante de referência, Richarlison. Eu gosto.

Gosto porque é necessário parar de querer resultados "para passar de fase" no início da Copa. O que faz falta para o Brasil é confiança, não resultado. O grupo da seleção brasileira não é fácil, é um dos mais complicadinhos da Copa do Mundo. Mas não é muito factível pensar em eliminação. De uma forma ou de outra, o Brasil acabará passando e é muito importante chegar à hora H do torneio com a confiança em alta.

Foi a fórmula que deu certo para Felipão em 2002. Deixa o time mais exposto (com Juninho Paulista), consegue boas vitórias, goleadas e ganha confiança. Depois, sim, dá uma recuada (entrada de Kléberson). É verdade que, naquela ocasião, os laterais eram atacantes —daí a opção de três zagueiros. Desta vez, são os laterais que vão funcionar como defensores. Em ambos os casos, fica justificada e explicada a presença de um volante só no meio (Gilberto Silva lá, Casemiro cá).

Tite vai com tudo na primeira fase. Só não pode mudar de ideia caso dê errado contra a Sérvia. Até porque a Sérvia é mesmo o adversário mais cascudo do grupo. Se der errado, é mais razão ainda para ir com tudo e vencer Suíça e Camarões, que não são seleções fortes defensivamente (os suíços pioraram neste quesito com o treinador novo).

Até porque Tite, todos sabemos, prefere Raphinha a Vini. Se o time jogar com Fred ou Bruno Guimarães no meio (acho que este último será titular no mata-mata, vamos ver), ele terá de tirar um dos pontas do time. É inimaginável uma seleção brasileira começar a Copa sem Vinícius Jr. como titular, simplesmente não pode ser.

Então Tite tem três jogos para ver quem está melhor. Se ele vir em campo o Vini do Real Madrid e o Raphinha do Barcelona, fica fácil a escolha. Se for o contrário, se Vini não for tão bem e Raphinha voar, como sempre fez com a camisa da seleção, também fica fácil a escolha - ou pelo menos fica justificada pela prática.

Sempre lembrando que há possibilidades de lesões, cartões, etc.

Gosto da decisão de Tite, mas espero que ele fique abraçado nela para toda primeira fase, não só o primeiro jogo. Lembram-se da Turquia em 2002? A Sérvia vai ser uma pedreira parecida. Mas depois a vida fica mais tranquila.



O UOL News Copa desta quarta-feira (23) analisa a escalação ofensiva de Tite, Marrocos x Croácia, a ressaca argentina, a estreia de favoritas no Mundial, como Alemanha, Bélgica e Espanha, e mais notícias. Confira: