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Espanha ganha caminho melhor na Copa, mas carregará 'entregada' para sempre
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Eu acho muito improvável que um time de futebol "entregue" um jogo. Mas acho fácil acreditar que um time possa "tirar o pé" em algum momento de uma partida, dependendo da consequência do resultado.
A derrota da Espanha para o Japão nesta quinta, queiram ou não os espanhóis, será encarada para sempre como uma "entregada". Eles terão de responder por isso, ficarão marcados por isso e não importa muito se entregaram ou não. O fato é que não fizeram absolutamente nada para mudar a imagem que deixaram para o mundo.
Com o resultado, a Espanha se classificou, vai enfrentar Marrocos (em vez da Croácia) nas oitavas de final e sai do caminho de Brasil e Argentina, as duas favoritas ao título. Que grande negócio, não é mesmo? De quebra, ainda eliminou a Alemanha do Mundial - um adversário de peso, queiram ou não.
"Mas Julio, não fugiu da França, de Portugal, da Inglaterra!".
Oras, não se pode querer tudo, não é mesmo? O fato é que enfrentar Marrocos é bem melhor para esse time da Espanha do que a Croácia. E outro fato é que é melhor enfrentar Portugal ou Sérvia ou Suíça ou Japão ou a própria Croácia nas quartas do que o... Brasil, ora bolas. Na semifinal, já não se escolhe adversário. Argentina ou França, meio que tanto faz.
A Espanha fez um primeiro tempo "normal" contra o Japão, vencia o jogo. No segundo, levou rapidamente a virada. E não fez absolutamente nada para mudar o cenário. A primeira finalização certa a gol foi um chute de fora da área de Asensio, aos 44min do segundo tempo. Ele quase pediu desculpas pelo chute.
Correu risco? Correu. Por alguns minutos, a Alemanha levou a virada e perdia da Costa Rica, o que significaria a eliminação da Espanha. Talvez a Alemanha devesse ter deixado a Costa Rica à frente por mais tempo, talvez assim a Espanha acordasse e fizesse alguma coisa em campo. Mas a Alemanha empatou rapidinho, virou o jogo, fez a parte dela e ficou esperando o favor que não veio.
A culpa pela eliminação da Alemanha é da Alemanha, sem dúvidas. Aliás, a segunda seguida em fase de grupos, o que nunca havia ocorrido. A Alemanha já participou de jogos "estranhos" de Copa, não tem moral. Mas não dá para tirar a Espanha e sua moleza da equação.
Entregada ou não, o time de Luís Enrique escolheu não jogar no segundo tempo. Agora, que se expliquem.
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