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Messi já faz a melhor Copa do Mundo dele
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Messi contra o mundo. Talvez a frase já tenha sido usada, principalmente nos tempos derradeiros de Barcelona. Mas nunca foi tão real quanto ontem, na vitória da Argentina sobre a Austrália.
Foi um mau jogo da Argentina. Foi um jogo espetacular de Messi. A vitória só foi garantida no último lance, em uma defesa espetacular do goleiro Emiliano Martínez. Mas como poderia estar o placar já àquela altura, tivesse o time acompanhado minimamente o grande líder?
Uma coisa não podemos tirar do time argentino. São 10 guerreiros correndo por ele. Isso está claríssimo, se nota no campo. Não é discurso vazio. Talvez tenha caído a ficha do que os argentinos deveriam estar fazendo há 15 anos.
Mas nos outros Mundiais, vamos combinar, não parecia que Messi estava ali, como está aqui no Qatar. Em 2006, podemos descontar. Ele já deveria ter jogado mais, na minha modesta opinião, mas Pekerman acreditava ter um time pronto e Messi veio do banco (foi titular só contra a Holanda, que é, vejam só que coincidência, a próxima adversária da Argentina. Pode ser primeiro e último rival como titular em uma Copa).
Em 2010, ele já era o melhor do mundo. Acabou a Copa da África com zero gols naquela loucura comandada por Maradona. Em 2014, no Brasil, ele fez uma boa Copa. Mas discordo demais do prêmio de melhor do torneio, que acabaria recebendo. Foi uma boa primeira fase, contra adversários frágeis, e um mata-mata bem discutível, sem protagonismo. Di María estava jogando mais que Messi naquela Copa - se machucou e isso matou a Argentina, ainda que na final, contra a Alemanha, tenha tido a chance de vencer.
Em 2018, era mais uma balbúrdia, agora a de Sampaoli. A impressão é que sempre havia uma responsabilidade extra colocada em Messi que se transformava em descaso do resto do time - "ele que resolva". Ele entrava em uma dinâmica de insatisfação tática e iniciava-se um círculo vicioso.
Desta vez, está claro, Messi colocou na cabeça que quer ser campeão do mundo. Está satisfeito com o técnico e as soluções coletivas. Tirou o peso das costas com a conquista da Copa América. E olha em volta um grupo de admiradores, que correm por ele e sabem que dependem dele, mas que precisam ajudá-lo, não só jogar tudo nas costas do cara. Existem cooperação, empatia, grupo.
A química está aí, pela primeira vez, na última vez. Não me importam muito os números. Me importa o que vejo. E o que vejo é um Messi jogando aquela bola que todos sabemos que ele pode jogar.
A Argentina pode perder da Holanda, é claro que pode. É um duelo grande do futebol mundial. Isso não apagará o fato: Messi já fez da última a melhor Copa do Mundo dele.
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