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Seleção fez jogo ruim, mas não mereceu ser eliminada da Copa
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A seleção brasileira fez um jogo ruim contra a Croácia, mas não merecia ter sido eliminada da Copa do Mundo. Foi um mau desempenho em vários aspectos, tático e físico. Mas não foi em termos de resiliência, esforço, entrega.
É fácil encontrar vilões e sair massacrando todo mundo. É sempre assim. O fato é que a Croácia jogou bem no primeiro tempo e depois limitou-se a se defender. Foi um prêmio grande demais conseguir o objetivo, que eram os pênaltis. Com todos os defeitos que apresentou, o Brasil foi quem quis jogar e quis vencer.
O inacreditável foi tomar um gol de contra ataque no segundo tempo da prorrogação, quando o jogo já deveria estar morto. A Croácia não tinha condição alguma de empatar o jogo se o Brasil estivesse bem postado defensivamente.
Tenho duas grandes críticas a Tite e fico tranquilo de fazê-las agora, porque são críticas que faço desde antes de a Copa começar. A primeira: ele estava tão obcecado com o cenário "estou perdendo e preciso buscar o resultado" que acabou omitindo o cenário "estou ganhando e preciso segurá-lo". Faço a crítica desde a convocação. Faltam defensores, faltam volantes. Hoje, não era Fred que deveria ter entrado para segurar o resultado e não era Paquetá que deveria ter saído.
A segunda crítica: o sistema estático com dois pontas abertos. Ele poderia funcionar, haveria momentos melhores e piores para usá-lo. Hoje, não era dia. A Croácia controlou o tempo do jogo no meio de campo, onde o Brasil acabou ficando com minorias preocupantes.
Vinícius Jr fez uma grande Copa e era a única válvula de escape no primeiro tempo. Raphinha não fez uma boa Copa. Poderia ter saído no intervalo, acabou saindo no segundo tempo. No meu ponto de vista, o ideal era que tivesse entrado um meio-campista, Fred (o preferido de Tite) ou Bruno Guimarães (o meu). Muitos poderiam ver uma alteração assim como defensiva. Mas não, o time precisava de mais fluidez no meio, mais espaço para Neymar e mais liberdade para Paquetá.
Neymar fez um jogo bastante abaixo, errou quase tudo o que tentou. Acertou uma e é para isso que Neymar está lá. Mas foi um jogo abaixo.
Ao trocar Raphinha por outro ponta (Antony), Tite acabou complicando as substituições seguintes. O problema não estava na ponta, estava no meio de campo. Vini não poderia ter saído, Rodrygo poderia ter entrado, mas no lugar de outro. O gol saiu quando Neymar conseguiu encontrar parceiros - primeiro a tabela com Rodrygo, depois a tabela com Paquetá, finalmente pisando na área para participar do ataque.
Eu acho que Paquetá como segundo volante virou uma fragilidade tática da seleção. Ele não conseguiu dar a ajuda a Casemiro, a fluidez, a imposição, e o time perdeu o que ele poderia dar de melhor, que são a conexão com os atacantes e a mobilidade à frente. São muitas preocupações posicionais e muitos metros de distância do gol. Para ter Paquetá ali, eu preferia um segundo volante original da posição.
Enfim, mesmo com tudo isso, o Brasil deveria ter vencido. Tite morreu com as convicções dele. O jogo contra a Bélgica não era o único cenário para uma partida de futebol. Ele ficou quatro anos obcecado com aquele jogo. E a seleção acabou pagando um preço alto. E injusto.
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