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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Título da Argentina no maior jogo das Copas enterra comparações descabidas

Messi celebra gol sobre a França na final da Copa -  REUTERS/Carl Recine
Messi celebra gol sobre a França na final da Copa Imagem: REUTERS/Carl Recine

18/12/2022 15h02

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Lionel Messi é campeão do mundo. E com direito a dois gols na final! É o maior jogador que já vimos jogar, os que têm 55-60 anos ou menos, ou seja, a maioria. Finalmente, podemos parar com bobagens. As comparações com Maradona e Cristiano Ronaldo não precisam mais ser feitas.

Se quiserem comparar Messi com alguém, sobra só Pelé mesmo. Deixo ao gosto do freguês. Ninguém viu tantos jogos de Pelé como vimos de Messi, o esporte era outro, não era global nem televisado, e ele mudou e virou global justamente por causa de Pelé. Então essa é uma comparação justa, mas quase inútil.

Com Maradona, não dá para comparar. Diego foi um gênio, brilhante e está no coração de muita gente. Alçou a Argentina ao topo, derrubou a Inglaterra em tempos de Malvinas. Mas Messi fez muito mais. Assim, MUITO mais. Em letras grandonas. O futebol de clubes transformou-se, ganhou muito peso em relação ao século passado, e Messi fez coisas no futebol de clubes que Maradona nunca passou perto de fazer.

As comparações com Cristiano foram válidas até certo momento. Mas também é impossível comparar os caras. Cristiano talvez seja o maior goleador de sempre, um absurdo de máquina de fazer gols. Mas Messi é isso e mais.

A Argentina merecia ter sido campeã. Fez uma Copa melhor que a da França e fez uma final bastante melhor que a da França. Um time, diga-se, com espírito de campeão. E com um técnico corajoso - as alterações de Deschamps deram vida e mudaram o panorama do jogo no segundo tempo.

Mas a Argentina tinha sido tão melhor no primeiro! Foram dois gols em cima de uma França apática. E, no segundo, parecia controlada a coisa. Tinha uma baita cara de 2 a 0, talvez 3 a 0, se algum contra ataque saísse no fim. Mas, por mais que as semelhanças existissem, a França não era o Brasil de 98. Não era um time simplesmente destinado a perder.

Já ouvimos tantas vezes que "2 a 0 é um placar perigoso". Eu diria que é especialmente perigoso em jogos de "mata", porque basta um gol aleatório para a partida virar completamente de sentido e pegar fogo. Foi o que aconteceu em Doha.

Não foi só a maior final de todos os tempos, foi o maior jogo de todos os tempos em Copas do Mundo.

Diego também vencia a final dele por 2 a 0, também levou o 2 a 2. Desta vez não apareceu Burruchaga, apareceu simplesmente Messi para fazer o 3 a 2. Mas apareceu também Montiel para fazer o pênalti bobo. Mbappé. Como tentou, Mbappé! Nos pênaltis, Mbappé de novo. Mas aí a Argentina foi muito grande.

Messi é campeão do mundo. É campeão da Copa. Que bom para a Copa. E que bom para todos que amamos o futebol.