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Champions chega com favoritos claros, mas 'azarões' têm time para aprontar
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Ninguém é maluco de negar o inegável. A Liga dos Campeões da Europa tem, a partir de agora, três claros favoritos ao título e cinco "azarões". Os favoritos são Real Madrid, Bayern de Munique e Manchester City, dois campeões históricos e uma força nova nesta Europa que aceitou dinheiro de vários cantos do mundo. O Real fez 1 a 0 no Liverpool nesta quarta, gol de Benzema. Mas poucas vezes houve uma Champions tão aberta quanto essa. É a chance real de ver um campeão "inesperado" pela primeira vez desde o Porto de Mourinho, em 2004, ou o "médio" Liverpool de 2005, quase duas décadas atrás.
Os "azarões" de hoje são Napoli, Benfica, Chelsea, Inter de Milão e Milan. O Napoli é o único destes que nunca foi campeão. Mas, nos tempos de Diego Maradona, o Napoli ganhou a Copa Uefa em 1989 e, naqueles tempos, era mais difícil ganhar a Uefa do que a Copa dos Campeões. Era, sim, um título europeu dos grandes, não é a mesma coisa que ganhar a Europa League hoje.
Os outros todos já foram campeões europeus. O Chelsea mais recentemente, em 2012 e 2021, e alguém até poderia dizer que está entre os favoritos agora. Mas aí eu direi que este alguém está olhando para os nomes do elenco recheado do Chelsea e não para a bolinha quadrada que jogou até agora na temporada - é o décimo na Premier League.
A Inter foi campeã pela última vez em 2010, o Milan, em 2007, o Benfica, em 1962. Estamos falando de quatro camisas pesadas do futebol europeu, uma de Portugal e três da Itália, mas que não têm conseguido competir por coisas grandes na Champions nesta era de supertimes, superelencos, superinvestidores, superorçamentos.
Nem Real nem City nem Bayern jogaram na temporada o que o Napoli tem jogado. Classificou-se nesta quarta-feira ao fazer 3 a 0 no Eintracht Frankfurt, 5 a 0 no agregado. Na fase de grupos, já havia goleado o Liverpool. Na Itália, tem 18 pontos de vantagem na liderança com 12 rodadas para o fim - o primeiro Scudetto desde Maradona é questão de tempo. Aliás, é a primeira vez em sua história que o Napoli chega às quartas de final de uma Copa dos Campeões ou, na fase moderna, Champions League. No ataque, um menino chamado Khvicha Kvaratskhelia, de 22 anos, nascido em Tbilisi, na Geórgia, tem arrebentado.
O Napoli é um real candidato a título, podem acreditar. Assim como o Benfica, que faz uma temporada excepcional sob comando do alemão Roger Schmidt. Um cara que nem é tão novo, que já passou por clubes como Salzburg e Bayer Leverkusen, com menos brilho. Mas acertou a mão e comanda um Benfica agressivo, rápido, que segue forte mesmo sem Enzo Fernández, que foi para o Chelsea.
O Chelsea tem muito elenco, fez a rapa na janela de inverno e tem material humano para ganhar qualquer campeonato. Só que não se acertou ainda. Inter e Milan têm times decentes, são os últimos dois campeões da Itália, têm tradição, camisa e são equipes aplicadas o suficiente para armar uma boa retranca se necessário for. Tanto Milan quanto Inter podem aprontar para cima de algum favorito, mas acho improvável que cheguem à decisão.
É a primeira vez desde 2006 que três italianos jogarão as quartas de final da Champions League. Olho neles.
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