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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sorteio da Champions League dá respiro a quem tem saudades do futebol raiz

A Orelhuda, o troféu da Champions League - FABRICE COFFRINI/AFP
A Orelhuda, o troféu da Champions League Imagem: FABRICE COFFRINI/AFP

17/03/2023 09h13

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Segundo o Transfermarkt, um site que virou referência em relação a valor de mercado de jogadores e times, os elencos de Manchester City, Chelsea, Real Madrid e Bayern de Munique, juntos, valem 3.9 bilhões de euros - quase 22 bilhões de reais. Já os elencos dos quatro times que estão do outro lado da chave da Liga dos Campeões da Europa - Milan, Inter, Napoli e Benfica - valem 2 bi de euros cravados (11 bi de reais).

Os números são apenas uma pequena amostragem do que o sorteio da Champions aprontou nesta sexta de manhã. De um lado da chave, ficaram os três favoritos ao título - Real, City e Bayern - mais o clube que mais investiu na última janela de transferências e que já foi campeão europeu duas vezes neste século, marcado pela emergência de clubes "novos ricos" do futebol europeu. O Chelsea é o precursor deste grupo.

Do outro lado da chave, estão clubes tradicionais, que tentam se virar para se manter competitivos neste novo cenário. Outrora gigantes europeus, Milan, Inter e Benfica hoje são classe média. E o Napoli vive o sonho de sua maior temporada sem Maradona. Está perto do título italiano após 33 anos, está nas quartas de final da Champions pela primeira vez e tem a chance histórica de chegar a uma final. É o futebol raiz em estado puro.

Quem quer que saia da chave dos poderosos será favorito na final de Istambul contra quem quer que saia da outra chave - mas aí estaremos falando de uma final e disputada em partida única. Até lá, a Champions League virou a oportunidade de vermos o futebol raiz respirar, de vermos camisas tão importantes e que movem tanta gente terem a oportunidade de estar no centro do mundo.

Se ou Real ou Bayern emergirem da outra chave, teremos uma final que remontará, contra quem quer que seja, a tempos mais românticos e menos mercantilistas do futebol.

O Real é inegável favorito contra o Chelsea, mesmo decidindo em Londres. É também inegável que não dá para apontar favorito entre City e Bayern - só dá para ter a certeza de dois grandes jogos, cheios de gols. Gosto mais das chances do ótimo Benfica contra a Inter de Milão. E gosto mais das chances do Napoli contra o Milan, ainda que os 20 pontos que os separam na Série A italiana não signifiquem nada neste mata-mata.