Topo

Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Napoli campeão! Maradona, agora sim, pode descansar em paz

Osimhen, do Napoli, comemora após marcar o gol do título do Campeonato Italiano de 2022/23, sobre a Udinese - Alessandro Sabattini/Getty
Osimhen, do Napoli, comemora após marcar o gol do título do Campeonato Italiano de 2022/23, sobre a Udinese Imagem: Alessandro Sabattini/Getty

04/05/2023 17h47

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Nunca me esqueço. Ano 2006. Em uma banca de jornal - dessas que estão em extinção - de Milão, eu olho uma coleção ali de álbuns de futebol. Coisas que a criançada adora, que eu adorava. Havia do Milan e da Inter, claro. Da Juventus. E do Napoli. Foi quando aprendi qual era o tamanho do Napoli.

Naquele ano, o clube do Sul estava na terceira divisão da Itália, passava por uma espécie de refundação. Muita coisa aconteceu entre 1990, quando o Napoli foi campeão italiano no ano da Copa do Mundo da Itália, e este 4 de maio de 2023.

O Napoli caiu, afundou, faliu, chegou lá embaixo. E se reergueu. Na virada do século, passou oito anos entre segunda e terceira divisões. Mas, em 2012, já disputava a Uefa Champions League pela primeira vez desde a transformação da Copa dos Campeões na liga mais prestigiada da Europa e do mundo. Nos últimos 10 anos, o Napoli bateu algumas vezes na trave - foi vice-campeão da Série A em 13, 16, 18 e 19. Hoje, chegou a hora. Veio a coroação de Di Laurentis, o produtor de cinema que resolveu resgatar o time da cidade.

A hora do Napoli e a hora de Luciano Spalletti, o técnico de 64 anos que sempre montou bons times, mas nunca havia sido campeão. Passou a vida batendo na trave, como fazia o Napoli nestes últimos anos.

Foram embora jogadores importantes, como Insigne, Mertens, Hamsik, Koulibaly, Fabián. Passaram por lá Cavani, Higuaín. Mas, quando achava-se que uma longa transição viria, houve o encaixe absoluto de dois dos grandes nomes da temporada: o nigeriano Osimhen e o georgiano Kvaratskhelia. Um já havia custado caro, o outro ninguém conhecia. Destruíram a Série A e levaram o Napoli ao título com cinco rodadas de antecipação.

Lá do céu ou de onde quer que esteja, Diego Armando Maradona viu a Argentina campeã do mundo. E o Napoli campeão da Itália. Agora sim, ele pode descansar em paz.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL