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Coudet afundou o Galo e foi o tonto da noite. Aplausos a Luxa e torcidas
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Foi uma grande quarta-feira de Copa do Brasil, com quatro disputas de pênaltis em seis jogos, uma virada épica, coisas para serem duramente criticadas e, outras, lindamente aplaudidas. Coudet foi, sem dúvida, o grande bobo da noite. Odair Hellmann e Abel Ferreira não ficaram muito atrás. Deles, já falaremos.
Começo por aplaudir as arbitragens de campo e vídeo, que, de forma geral, passaram em branco e nos permitiram analisar a noitada somente pelo ângulo do futebol. Enalteço também as torcidas de Fortaleza, Cruzeiro e Botafogo, que, apesar de eliminadas, aplaudiram seus times. Lotaram os estádios, aguentaram as eliminações, mas entenderam que os jogadores mereciam reverência - tem muita temporada pela frente, afinal.
Fica só um à parte para um punhado de idiotas botafoguenses que atiraram latas em jornalistas. É uma pena que os clubes não façam nada com quem envergonha a história destas grandes instituições.
Termino a sessão aplausos por Vanderlei Luxemburgo, que fez a leitura correta do que era necessário para o Corinthians conseguir a épica em Itaquera. Mudou o sistema, tentou aproveitar brechas que o Atlético já vinha deixando e, o principal, entendeu que Renato Augusto precisava estar desde o início. Eu, no lugar dele, talvez tivesse guardado Renato para o segundo tempo, quando a coisa seria decidida. Mas é por isso que ele está lá e eu estou cá. E é também importante ressaltar que o virtuoso do meio de campo aguentou mais de 75 minutos em campo, o que eu não imaginava que seria possível.
Para o Corinthians passar, era uma necessária uma tempestade perfeita. Boas decisões do treinador, um gol no primeiro tempo, torcida inflamada, espírito de virada no estádio e, claro, cooperação do adversário.
Eduardo Coudet foi o tonto da noite. É verdade que a maratona do Galo é grande também. Já havia feito o certo em poupar parte do time contra o Coritiba, 12 dias atrás, mas é importante ressaltar que Hulk jogou aquela partida toda. Não haveria como poupar no jogo decisivo contra o Athletico, pela Libertadores, nem contra o Palmeiras, adversário direto no Brasileiro, e a mesma lógica servia para ontem.
O jogo deste próximo fim de semana contra o Cruzeiro, por mais que seja um clássico, era outro em que Coudet poderia rodar o time. Mas nunca, em hipótese alguma, poupar na Copa do Brasil jogando em Itaquera. O Galo precisava ter entrado em campo com tudo o que tem. Se a eliminatória estivesse controlada, aí sim, calcula o risco e vai tirando jogadores de campo - como fez Abel Ferreira com o Palmeiras em Fortaleza. Coudet deixou Hulk e Battaglia no banco, inventou Patrick de lateral e não tem a menor ideia do que o Corinthians é capaz de fazer em Itaquera, independente de fase ou situação.
Coudet mostrou ter zero conhecimento do que é o futebol brasileiro, do que são os clubes, as torcidas, os estádios e também do que é a necessidade do Atlético na temporada. É um time com defesa lenta e ataque explosivo, muito mais moldado para o mata-mata do que para os pontos corridos. É inadmissível ser eliminado nas oitavas da Copa do Brasil, dadas as circunstâncias (placar da ida e situação do Corinthians).
Outro dia Coudet se irritou com uma pergunta de um repórter e soltou uma patada daquelas tipo "quer entrar aqui e ser treinador no meu lugar?". Olha, garanto que nenhum de nós, aqui do outro lado, teria feito o que o argentino fez em Itaquera.
Sou contra demissão de treinadores em função de um ou outro resultado e acho que o Atlético precisa se apegar ao bom técnico que tem - o time, afinal, vinha em uma crescente. Mas, se alguém demitisse Coudet em Itaquera mesmo, não seria absurdo. O cara cometeu um erro de leitura juvenil. Não é à toa que não venceu um jogo sequer dos sete clássicos regionais que fez como técnico de Galo e Inter. Precisa ir para a recuperação e ter aulinhas de futebol brasileiro. Triunfar aqui não é só saber de trabalho de campo e equipes multidisciplinares. Há mais camadas.
Camadas que foram totalmente compreendidas e estudadas por Abel Ferreira. Mas que escapam a outros estrangeiros. Coudet tem que melhorar. Até Pepa, que acabou de chegar e faz um ótimo trabalho no Cruzeiro, já parece estar na frente.
O argentino não foi, no entanto, o único bobo da noite. Ainda no plano individual, é preciso falar de Odair Hellmann. O Santos foi eliminado pelo Bahia nos pênaltis, após o gol milagroso de Mezenga aos 50min do segundo tempo. O empate era um placar para lá de provável, os pênaltis eram uma possibilidade gigante. Mas, após a partida, Hellmann disse todo orgulhoso que não treina penalidades antes dos jogos, nem mesmo em eliminatórias assim. Meus parabéns para Odair Hellmann. Contém ironia.
Abel Ferreira é outro incorrigível. É mesmo um mal educado, como disse meu amigo Paulo Cobos. Foi expulso de novo. É claro que, do pênalti absurdo dado para o time dele na partida de ida contra o Fortaleza, nunca falou um "A". É uma mala sem alça com as equipes de arbitragem, banaliza, reclama de tudo e depois coloca a culpa em algum tipo de perseguição. Outro bobo da noite.
Abel está perdendo o fio da meada. Não está compreendendo o quanto tais comportamentos podem lhe fechar portas no futuro. O mundo, mesmo o europeu, é muito da forma, não só do conteúdo. Não basta ser bom no que faz.
No plano institucional, é preciso destacar o Inter, que tem virado o bobo do futebol brasileiro. Outros grandes clubes já tiveram fases "faz-me rir", agora é a vez do Inter. Que perde final de Copa do Brasil em casa, que perde título brasileiro em casa, que só leva sapatada nos Gre-Nais, que é eliminado pelos Caxias e Globos da vida e que, depois de abrir 3 a 0 contra o América em apenas um tempo, é incapaz de matar a eliminatória contra um rival desnorteado e desmoralizado. Isso sem contar que enfrentou um América mistão na ida. Não é fácil ser torcedor do Inter hoje em dia.
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