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Jogo e papo conspiratório dão pinta de "adeus" do Palmeiras ao Brasileirão
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O Palmeiras foi garfado na Arena da Baixada, isso é um fato. A não expulsão de Zé Ivaldo no lance do pênalti sobre Endrick é, no meu ponto de vista, o maior erro de arbitragem em todo o campeonato até agora. Até porque o VAR está aí para diminuir o número de erros assim e, de fato, mesmo com falhas, ele atende o objetivo. Um árbitro profissional ver o lance em vídeo, em câmera lenta, por vários ângulos, e não expulsar o zagueiro do Athletico é algo surreal. A fera chama-se Jean Pierre Gonçalves Lima e espero que pegue uma geladeira até o fim da Série A.
O Palmeiras venceria o jogo? Não sei. É provável, pois jogar a partida inteira com um a mais costuma ser alto decisivo no futebol de alta competição. Mas nunca saberemos. Não vou entrar nessa. O erro é gigante e ponto, independente dos times, do momento da partida e do que podemos especular que aconteceria nela.
Mas aí vem o João Martins, assistente do Abel Ferreira, dizer que "o sistema não quer que o Palmeiras ganhe dois campeonatos seguidos". Na boa. O que o João Martins conhece de sistema brasileiro de futebol? Eu e você, que está me lendo neste momento, possivelmente conhecemos mais do que ele. E o sistema é uma porcaria mesmo. Só que essa conversinha para boi dormir, ou melhor, conversinha para inflamar a torcida do Palmeiras, é pensada, calculada.
O que o Palmeiras fez ontem? Mandou reservas a campo. Isso mesmo. Em um jogo bastante complicado, em um estádio em que poucos vencem, o Palmeiras rifou a partida. Poderia ter dado uma sorte, promovida por Zé Ivaldo, de jogar com um a mais e vencer. Mas o cálculo era de derrota mesmo. Ainda saiu com um ponto.
Será que é mesmo o sistema que não quer que o Palmeiras seja bicampeão? Ou será que Abel já calculou que o jeito mesmo é focar nas Copas - Libertadores e do Brasil - após a derrota da semana passada para o Botafogo?
No dia 14 de agosto de 2021, Abel mandou um time misto para "brigar" pela liderança do campeonato contra o Galo, em Belo Horizonte. Perdeu o jogo, o Atlético (de Cuca) abriu cinco pontos de vantagem e nunca mais olhou para trás no Brasileirão. Ali, naquele jogo, ficou claro que o Palmeiras priorizaria a Libertadores (já tinha sido eliminado da Copa do Brasil). E, de fato, ganhou a América de novo. Acabou 18 pontos atrás do Galo no Brasileiro.
O jogo de ontem, em Curitiba, me passou a mesma impressão. Me parece que o Palmeiras, dada a distância para o Botafogo e sem gordura alguma para o concorrente direto destes anos todos, o Flamengo, além de outros "intrusos" lá no alto, como o Grêmio, entendeu que o Brasileiro vai demandar energia demais. E esta energia comprometeria as Copas e geraria o risco de sair sem nenhum dos três principais títulos da temporada.
Posso estar exagerando. No meio dos dois jogos contra o São Paulo tem um duelo contra o Flamengo, que já meio que virou um campeonato à parte no futebol brasileiro pela rivalidade entre os dois times. Não dá para poupar ali. Espero ver, no entanto, o Palmeiras poupando frequentemente jogadores titulares antes das partidas de mata-mata da Libertadores - coisa que não fez no ano passado, quando conquistou a maratona dos pontos corridos.
Essa combinação de colocar o time reserva na Arena contra o Athletico mais o discurso de "o sistema não nos deixa ganhar", já arrumando uma justificativa que será facilmente comprada pela torcida, tem toda a pinta de "adeus ao Brasileirão".
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