Seleção vence em noite de erros e do 'antes tarde do que nunca'
A seleção brasileira fez um mau jogo contra o Peru, em Lima. Venceu com uma arma importante do futebol, a bola parada. O gol de Marquinhos no minuto final foi um castigo e tanto para os peruanos, que não mereceram perder a partida.
Neymar tentou sempre os passes mais difíceis, Casemiro errou até alguns mais fáceis - ainda que, no primeiro tempo, tenha criado duas boas situações de ataque. Quando os dois principais jogadores do time têm uma noite ruim, o resto do time sente. Bruno Guimarães foi de mais a menos, os laterais não contribuíram com a construção, as coisas foram dando errado. De qualquer maneira, foi Neymar quem bateu o escanteio para o gol de cabeça. Fez a diferença em uma noite ruim.
Taticamente, o Dinizismo empacou na defesa peruana. Fernando Diniz ficou "louco" na lateral do campo com os movimentos dos pontas, Rodrygo e Raphinha. Quando o jogo estava fluindo do lado oposto, eles deveriam afunilar, vir para o centro e ajudar a criação de maiorias e linhas de passe. Quando isso aconteceu no primeiro tempo, saíram os dois gols anulados.
Diniz passou o jogo inteiro pedindo aproximações, chamando Neymar para conversas e levando as mãos à cabeça a cada passe errado em campo - e foram muitíssimos.
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O treinador, por sua vez, demorou demais para mexer em um time que estava mal individualmente. Aos 18 do segundo tempo, trocou Richarlison por Gabriel Jesus e o time melhorou. Só aos 40 fez mais três trocas, com as entradas de Martinelli, Joelinton e Vânderson. E deu certo, porque Martinelli entrou com fome, fez duas jogadas boas e, em uma delas, ganhou o escanteio do gol. Antes tarde do que nunca, diria o ditado.
A seleção brasileira, ao contrário do Fluminense, tem opções espetaculares de banco. A noite desta terça ficará como lição para o técnico, que pode mexer mais com as opções que tem.
O jogo poderia ter sido outro, claro, não fossem os gols anulados no primeiro tempo. Um deles, o de Richarlison, que ocupou 7 minutos do VAR para encontrar uma unha à frente. O VAR não pode demorar 7 minutos para determinar se houve ou não houve impedimento. Gostaria muito que o VAR passasse a trabalhar sem linhas e sem este nível de detalhe. É no olho mesmo. No olho, sabemos facilmente identificar uma "mesma linha" ou um impedimento real. Mas enfim, esta é outra discussão.
O Brasil segue sua caminhada com Diniz com 100% de aproveitamento e uma empolgação mais contida do que aquela vista desde o início dos trabalhos, há uma semana.
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