Diniz sente baque com lesão de Neymar e mira soluções para a seleção
Para muitas pessoas que se manifestaram contra a presença de Neymar na seleção brasileira recentemente, a lesão do jogador do Al Hilal será benéfica para o time nas partidas contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias, e futuramente na Copa América - seja quem for o técnico -, ano que vem. Para Fernando Diniz, o atual treinador, a ausência passa longe de ser benéfica.
Diniz confiava na "conexão" que estava estabelecendo com Neymar, apesar do pouco tempo de convívio e treinamentos. Pessoas próximas ao treinador contaram à coluna que ele ficou "bastante triste" pela lesão e por não poder mais contar com ele, mas adotou uma postura de "adotar soluções" com a ausência de Neymar e não ficará lamentando o fato de não ter o que considera "um dos melhores jogadores da história da seleção" à disposição.
Neymar foi um dos avalistas da chegada de Diniz à seleção e se manifestou publicamente a favor da contratação do técnico do Fluminense - pelo menos enquanto não é resolvida a situação com Carlo Ancelotti. Em Belém, palco do primeiro jogo de Diniz e do Brasil nas Eliminatórias (goleada sobre a Bolívia), Neymar deu entrevista coletiva e não poupou elogios ao técnico, aos métodos de trabalho e à forma como ele se relaciona com os jogadores.
Antes mesmo do primeiro jogo, Diniz sempre considerou Neymar um ponto de partida para seu período na seleção. Considerava chave gerar um ambiente de alegria para seu melhor jogador. Criou uma conexão com o jogador e Ricardo Rosa, seu preparador físico particular, para bancar a presença desde o início - desafiando as declarações de Jorge Jesus, técnico do Al Hilal, que falava na Arábia Saudita que Neymar estava machucado e não poderia estar em campo com a seleção brasileira nos jogos contra Bolívia e Peru. Este primeiro momento de união e parceria entre eles, somado ao sucesso nos dois jogos iniciais, geraram até uma postagem pública elogiosa por parte do jogador.
Diniz é um entusiasta do jogo de Neymar há muitos anos e, contra a maré de pessoas cansadas de ver o camisa 10 como "dono do time" na seleção, queria dar protagonismo absoluto a ele dentro do sistema de caos organizado, aproximações e posse de bola. Para o treinador, "o jogo tem que passar o tempo todo pelos pés dos bons". Ele confiava muito no que Neymar poderia entregar dentro do modelo de jogo e da conexão pessoal que estava sendo criada entre eles.
Em Montevidéu, palco da derrota para o Uruguai e da lesão, Diniz havia defendido calorosamente a presença de Neymar na seleção brasileira, refutando qualquer hipóteses de prescindir do jogador. Agora, será forçado a montar o time sem ele e buscar qualidade em outros pés.
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