Julio Gomes

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Gritos de 'olé' no Maracanã incomodam Diniz e jogadores

Era o finalzinho do jogo quando parte da torcida brasileira resolveu chamar a seleção de "time sem vergonha" no Maracanã. Ato seguido, vieram os gritos de "olé" enquanto a Argentina tocava a bola. Tudo isso em uma partida que teve também aplausos e vaias misturados a André e Fernando Diniz, além de cantoria de músicas que são ouvidas em jogos do Flamengo - ou seja, o Fla-Flu das arquibancadas fez mais barulho do que os poucos gritos de apoio à seleção.

O "olé" não caiu bem para o técnico Fernando Diniz e alguns dos jogadores ouvidos pelo UOL Esporte após a derrota do Brasil para a Argentina por 1 a 0, na noite de terça-feira.

"A torcida está no direito de fazer o que ela quiser. A gente tem que entregar o nosso melhor, o torcedor é passional e quer vencer. Acho que gritar 'olé' para a Argentina é um pouco demais. Vaiar é compreensível, mas o 'olé' é um pouco demais", opinou Diniz.

"Tanto que o pessoal que gritou 'olé' foi vaiado por outros torcedores logo depois", acrescentou o treinador.

Entre os jogadores, alguns com mais, outros com menos veemência, todos acusaram o golpe dos gritos de "olé" por parte do público no Maracanã. Raphael Veiga, por exemplo, disse que "não pode acontecer" algo do tipo quando se joga contra a maior rival da seleção.

"Sei que a torcida é passional, quer vencer, só que quando acontecem essas manifestações, ainda mais contra a Argentina, é um pouco chato. Sei que o resultado cria a atmosfera, o clima bom, mas não pode acontecer isso, ainda mais contra a Argentina", falou o meia do Palmeiras.

"Tem que coisas que a gente não controla. A gente entende o torcedor, a gente sofre, porque é torcedor também. Óbvio que a gente não quer ser vaiado, não quer ver brasileiro gritando 'olé' para a Argentina, mas tem coisas que a gente não controla. Perder três seguidas com a seleção não é bom, a gente não quer, mas o que podemos fazer agora é concentrar mais, evoluir, treinar mais e ganhar os jogos", declarou Gabriel Jesus.

O lateral Emerson Royal, que teve o nome vaiado antes mesmo de entrar em campo por parte da torcida, falou que "é difícil escutar isso, a gente está em nosso país. Quando entra em campo, quer que a torcida nos apoie e escutar isso é muito ruim. Entendo, mas espero que a torcida entenda nosso lado também".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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