Julio Gomes

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Flu corre muitos riscos, mas ganha presente e passa do Al Ahly

O Al Ahly, uma espécie de Real Madrid da África, é uma figurinha carimbada no Mundial de Clubes da Fifa. São nove participações, mas nenhuma final. O jogo desta segunda, contra o Fluminense, resume bem as razões. O time egípcio jogou de igual para igual com Palmeiras, Flamengo, Fluminense... mas todos os jogos tiveram o mesmo fator em comum como primordial para o resultado: o individual.

O Al Ahly teve muitas chances de vencer o Fluminense, mas jogou fora todas elas com uma incrível incapacidade técnica - que não combinou com a ótima atuação tática e coletiva. O Flu, por sua vez, aproveitou o pênalti dado de presente pelo adversário, venceu e está na final de sexta-feira. No fim, Kennedy ainda fez 2 a 0.

Foi um jogo bem abaixo do Flu, talvez pela falta de ritmo, talvez pelo cansaço da temporada, talvez pela adaptação a tudo o que envolve um Mundial no Oriente Médio. As chances de gol no fim podem fazer parecer que o jogo foi muito mais fácil do que realmente foi.

No primeiro tempo, foram 13 a 3 em finalizações para o Al Ahly. Duas do Flu, é verdade, foram chutas na trave de Arias, mas que mostraram pouco do que fez o Fluminense na partida. O Al Ahly dominou quando teve a posse e também quando saiu em contra ataques. El Shahat, no entanto, foi o jogador que teve nos pés as melhores chances e tomou sempre decisões erradas.

O Flu cresceu demais na etapa final, inverteu a dinâmica do jogo e estava melhor - ainda que sem criar grandes chances - quando Tau fez um pênalti bobo em Marcelo. Pênalti claro, convertido por Arias. Logo no comecinho do primeiro tempo, diga-se, houve um lance de possível pênalti para o Al Ahly não marcado pelo árbitro e nem apontado pelo VAR. Os egípcios reclamaram de outro no segundo tempo, um empurrão de Nino, em um lance em que não aconteceu nada.

No início deste ano, o Al Ahly disputou o terceiro lugar do Mundial contra o Flamengo. Vencia por 2 a 1, perdeu um gol absurdo para ampliar e aí começou a cometer um erro atrás do outro. Resultado: levou de 4 a 2 e evitou o que seria um vexame do Flamengo. Foi uma história parecida com a de hoje. O time africano foi melhor no primeiro tempo, mas, na hora de decidir, mostrou suas limitações técnicas. Na hora de defender, mais ainda. Erros individuais pesaram.

Do lado do Fluminense, destaques para Fábio, que fez três defesas cruciais, e a dupla de volantes, André e Martinelli.

O Flu tem uma semana de trabalho para melhorar. Por mais desinteressado e desfocado que o Manchester City possa estar (se chegar lá), não dá para jogar contra o campeão europeu o que o time de Diniz jogou no primeiro tempo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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