Julio Gomes

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Flu no Mundial: 15 minutos emocionantes e a realidade que bate à porta

O Fluminense teve 15 minutos, logo no comecinho do jogo, que eu chamarei de emocionantes. Foi muito legal ver um time brasileiro fazer o que fez contra um time de Pep Guardiola. O Flu chegou a ter 76% de posse de bola em um espaço de 10 minutos, medida mostrada pela Fifa para o mundo ver. O Manchester City pressionava lá em cima, tentava roubar a bola no alto, mas o Flu conseguia sair de trás sem rifá-la. Tudo isso depois de levar um gol logo no primeiro minuto de jogo, o que mostra personalidade.

Deu bom? Não, não deu. Só em um momento a saída de jogo conseguiu encontrar o espaço desejado. E aí Cano estava impedido por milímetros - havia sofrido pênalti na sequência da jogada. Foi uma pena. O empate seria justo naquele comecinho de segundo tempo.

Mas aí saiu o segundo gol do City, no cruzamento de Foden que Nino tentou cortar e acabou botando para dentro. Ali, o jogo acabou. O Fluminense viu que não adiantava mais correr como louco. O City começou a trocar passes como gosta, como calma, tirando a velocidade e a "loucura" do jogo. E a verdade é que o Flu não viu mais a cor da bola. Levou mais dois gols e não levou mais porque o City nunca engatou a quinta marcha.

A realidade bateu à porta da equipe sul-americana. E a realidade é de um futebol jogado de forma diferente na Inglaterra ou no Brasil, principalmente em termos físicos - até porque nós, aqui, massacramos nossos jogadores com um calendário insano. Nota-se que é possível se adequar ao jogo alto e intenso, mas não por muito tempo. Isso é muito mais questão de hábito do que qualidade.

De qualquer maneira, o Flamengo, em 2019, contra o Liverpool, e o Palmeiras, em 2022, contra o Chelsea, fizeram jogos menos "emocionantes", mas muito mais competitivos do que o Fluminense contra o City. Mas, sinceramente, o Mundial é valorizado para além da conta aqui pelos brasileiros. A Libertadores é algo grandioso para o Fluminense, um título inédito, e os 4 a 0 desta sexta são muito mais a constatação do que já sabemos do que outra coisa. O ano do Fluminense foi mágico e já estava ganho faz tempo.

E o City já pode voltar as baterias para a Premier League, onde tem problemas mais sérios para resolver.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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