Julio Gomes

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Mais um 7 a 1: Renovação de Ancelotti expõe futebol brasileiro ao ridículo

Qual a instituição mais importante do futebol mundial? Não há como responder a esta pergunta sem fazer o recorte dos séculos. No século passado, nada foi maior do que a seleção brasileira. Mas o século atual é o dos clubes, não das seleções. E a maior coisa que existe no futebol hoje é o Real Madrid. O Real é algo tão poderoso hoje que fez a CBF - e o futebol brasileiro como um todo - serem expostos ao maior ridículo de sua história.

Foi anunciada nesta sexta a renovação de Carlo Ancelotti no Real Madrid. E não há como se espantar com a notícia. Por que o cara vai trocar o Real Madrid pelo Brasil? O que justificaria tal decisão? Somente se Ancelotti quisesse muito, mas muito mesmo, colocar uma Copa do Mundo com a seleção em sua história pessoal. Mas nunca houve indício algum deste desejo - pelo contrário, já que Carletto nunca trabalhou com seleções e já deu explicações neste sentido ao longo de sua brilhante carreira (gosta do dia a dia de um clube).

Ele foi muito esperto nessa história toda. Segundo Ednaldo Rodrigues, eles fizeram um acerto verbal para que Ancelotti assumisse a seleção ou agora em janeiro ou ao final da temporada. Quem estava no tal jantar jura de pés juntos que o acerto foi feito. Mas Ancelotti nunca falou publicamente a respeito - para não melindrar o Real Madrid e também para manter as opções todas abertas na mesa.

Houve um momento, na reta final da temporada passada, em que a situação de Ancelotti no Real Madrid não estava fácil. Este é o contexto do tal "acerto", que entrará para a história do futebol brasileiro como um ridículo tremendo, uma lenda urbana, um devaneio de um presidente que durou pouco, foi deposto por uma espécie de golpe judicial e não saberemos se vai voltar (acho difícil). Mas as coisas melhoraram para Ancelotti no Madrid com o título da Copa do Rei (com goleada sobre o Barcelona) e com a ótima primeira metade da temporada atual. Por mais que Florentino Pérez não seja um apaixonado por ele e a relação pessoal não seja de amores infinitos, era impossível preterir de Carletto. Ficaria mal para Pérez.

A carta ficou na manga do italiano. Ele ganhou meses para decidir e jogar com a maior seleção de todos os tempos e o maior clube de futebol de todos os tempos. Ter os dois sob teu controle é coisa para poucos.

Muita gente da imprensa brasileira comprou a história de Ancelotti como se o que a CBF falava fosse a absoluta verdade. Até acho OK acreditar nos envolvidos, mas a maneira como o italiano (não) falava sobre o tema exigia que muito cuidado fosse tomado. Nunca foi prudente considerar a opção Ancelotti como uma certeza. E agora isso fica bastante claro.

O Brasil deveria ter pensado em um plano para a sucessão de Tite desde o meio do ano passado, quando Tite anunciou que não ficaria após a Copa. Não pensou e acabou sendo exposto a um verdadeiro ridículo ao longo de 2023. Foi mais um 7 a 1.

Sem Ancelotti, quem deve ser o técnico da seleção brasileira? Vote!

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Karen Fontes/Agência Estado

(Palmeiras)

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Abraão Soares/Agência Estado

(São Paulo)

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Emilio Andreoli/Getty Images

(sem clube)

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Joilson Marconne / CBF

(Fluminense e seleção brasileira)

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Francois Nel/Getty Images

(Al-Hilal - KSA)

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Claudio Pasquazi/Getty

(Roma - ITA)

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Jorge Rodrigues/AGIF

(Grêmio)

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Thiago Ribeiro/AGIF

(Flamengo)

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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