Julio Gomes

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Fracasso da CBF no Pré-Olímpico é boa notícia para outros atletas

O fracasso da seleção brasileira no Pré-Olímpico não é o fracasso de uma geração. É o fracasso exclusivo da CBF, que confiou a Ramón Menezes um trabalho que não está à altura dele. Se a bagunça é geral quando se trata de seleção principal, por que mesmo daria certo na sub-23?

Ramón fez um trabalho horrível no pouco tempo que esteve à frente da seleção principal e fez convocações estranhas. Não tem curriculum para estar lá. Deveria ter sido trocado. Quando começou o Pré-Olímpico, já dava para notar que o time não jogava nada. Ficou parecendo que Endrick e John Kennedy são caras normais e não os fora-de-série que são.

Em tempos recentes, o Brasil ficou fora de duas Olimpíadas: a de 1992 e a de 2004. Em 92, o técnico era Ernesto Paulo, um desses caras da CBF e que tampouco tinha que estar lá. Em 2004, era Ricardo Gomes, esse, um nome de mais peso.

Em 92, o time tinha Cafu, Roberto Carlos, Marcelinho Carioca, Márcio Santos, Dener (que não jogava)....

Em 2004, jogadores como Gomes, Diego, Robinho, Maicon, Nilmar.

Eram gerações horrorosas? Não. Como a atual também não é. O fracasso no Pré-Olímpico não significa que o Brasil não tem mais jogadores bons. Tinha em 92, tinha em 2004 e tem hoje. E sempre terá. Mas foi-se (faz tempo) a era das individualidades no futebol. O jogo é coletivo, cada vez mais dependente de movimentos, treinamentos e ideias. Nenhum adversário entra em campo sem chances de vencer. Se você não se preparar, pagará o preço.

O preço para o futebol brasileiro é a humilhação de estar fora de Paris-2024. No entanto, é um preço baixo para o esporte mais rico e falado do país. Se bobear, os torcedores de clubes queriam mesmo que o Brasil ficasse fora.

O bônus é darmos mais atenção para os atletas que só ganham holofotes e atenção de quatro em quatro anos, os de todos os outros esportes. Que se dane o futebol! A Olimpíada é para os olímpicos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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