Julio Gomes

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Na seleção brasileira, estrela importa mais do que treino

Os técnicos querem tempo para treinar. Nunca tiveram, nunca terão. Querem todos os jogadores à disposição. Querem apoio popular. Querem isso, querem aquilo. Mas não tem nada mais importante do que uma bela de uma estrela. Que alguns têm, outros não.

O Real Madrid, por exemplo, é um clube de estrela. A Inglaterra, por exemplo, é uma seleção sem estrela. E Dorival Júnior, por que não, começou a caminhada na seleção brasileira com uma baita estrela. Uma estrela chamada Endrick.

O Brasil fez um primeiro tempo pífio contra a Inglaterra, em Wembley. Não conseguiu sair jogando, não conseguiu sair da pressão inglesa e, fosse esse um jogo de competição, Lucas Paquetá teria sido expulso pelas tantas faltas feitas no meio de campo. Criou chances? Sim. Duas em contra ataques em que Paquetá, verdade seja dita, foi importante. Uma em um erro de Maguire. A Inglaterra foi dominadora e teve muitas mais chances que o Brasil.

A real é que não temos um jogador como Jude Bellingham. Até podemos admitir que temos Neymar. Mas Bellingham é mais jovem, mais dinâmico e menos egoísta que Neymar. Além de craque, joga para o time. De qualquer maneira, Neymar não estava nessa - e em tantas outras.

Com Bellingham, a Inglaterra foi uma. É um jogador especial, que joga de cabeça erguida, peito estufado, que não erra quase nada o que tenta. Quando ele saiu, no segundo tempo, o jogo, que já tinha ficado mais equilibrado, passou a pender para a seleção brasileira. E aí apareceu Endrick.

Que o menino é bom, já sabemos. Mas não basta ser bom. É preciso estar, sentir, ter a tal estrela. O passe de Andreas Pereira para Vinícius foi ótimo. Vini Jr perdeu o gol - aliás, está na hora de começarmos a olhar com mais atenção para as tantas más atuações do craque do Real Madrid na seleção brasileira -, mas Endrick estava lá para fazer o gol da vitória.

Em Wembley.

É aquela sortezinha que todo mundo precisa ter. Que Fernando Diniz não teve. Mas que Dorival Jr teve hoje. A Inglaterra, com time titular, apesar dos desfalques, era um time. O Brasil ainda tem uma jornada gigantesca a percorrer, uma caminhada do tamanho da distância entre Wembley e Maracanã.

Algumas pás de concreto foram colocadas nessa estrada que parte de Londres. Bento foi seguro, os zagueiros foram bem, João Gomes veio para ficar e, claro, Endrick está desabrochando.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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