Julio Gomes

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Espanha avança com sorte em jogão destruído por arbitragem inglesa

A Espanha está nas semifinais da Euro. A nêmesis da Alemanha, a seleção que mais tem feito os alemães sofrerem nos últimos anos, passou de novo. Passou com muita sorte, com um gol aos 13min do segundo tempo da prorrogação e com uma arbitragem desastrosa. Foi um jogão mesmo assim, o 2 a 1 da Espanha para cima da Alemanha. Mas o resultado não fez justiça ao que foi a partida. A Alemanha merecia a vitória.

A Espanha tem sempre vencido a Alemanha, nos últimos anos o domínio é total. Mas, em solo alemão, havia vencido só uma vez, nos anos 30. É mais um tabu que se vai. Se o século passado foi de Alemanha e Itália, este é de Espanha e França entre seleções europeias.

Foi um jogo muito marcado pela arbitragem de Anthony Taylor, que já nem é dos melhores árbitros da Premier League. Eu sempre digo que é um problema dos grandes colocar árbitros ingleses para apitar jogos internacionais. Porque a Premier tem outras regras. Os ingleses jogam futebol com regras que só servem para eles - e acho até que a arbitragem inglesa é fundamental para o ritmo dos jogos de lá serem o que são. Mas, lá, todos apitam do mesmo jeito. Então podemos até discutir se eles apitam do jeito certo ou errado, mas há uma coesão, há critérios definidos. Quando eles saem, apitam do mesmo jeito em partidas Fifa e Uefa, e isso muitas vezes gera erros incríveis. Gera critérios que são aplicados só nos jogos apitados por ingleses.

Taylor sequer deu amarelo para Toni Kroos quando o alemão tirou Pedri de campo, aos 5min de jogo. Kroos faria mais duas ou três faltas para amarelo na partida, mas só levou um cartão. Quando você "avisa" que não dará cartão, o jogo descamba. Foi uma partida dura por culpa do árbitro, que teve de agir em algum momento e mostrou 16 amarelos e 1 vermelho. Alguns corretos, outros porque havia perdido a mão.

No fim, já na prorrogação, não marcou um pênalti escandaloso para a Alemanha, em um chute de fora da área que explodiu no bração aberto de Cucurella, dentro da área. Pênalti aqui, na Inglaterra, na Alemanha, em qualquer lugar. O VAR não teve coragem de chamar, porque raros são os que têm coragem de desafiar ingleses no campo de jogo. O jogo estava empatado naquele momento e poderia ter sido a virada alemã. Não foi. Poucos minutos depois, Merino, de cabeça, em um raro ataque da Espanha, decretou o 2 a 1.

Foi um jogo em que a Espanha foi melhor no primeiro tempo. Soube aproveitar o espaço no meio de campo, deixado pelos volantes alemães, finalizou mais e jogou melhor, mesmo tendo menos a bola. Com a saída de Pedri, entrou Olmo, que fez um jogaço e marcaria o primeiro gol, no início do segundo tempo. Era tudo o que a Espanha precisava. Abrir o marcador e explorar contra ataques na velocidade da sua molecada. Mas o que fez o técnico, o também novado De La Fuente? Tirou Lamine Yamal aos 17min do segundo tempo. Inexplicável.

A covardia espanhola trouxe a Alemanha para cima. E água mole tanto bateu que furou a pedra dura. O gol de Wirtz, que havia entrado no intervalo, levou o jogo para a prorrogação. Onde a Espanha começou melhor, mas pouco a pouco foi cedendo espaço e voltou a ficar acuada. O pênalti que daria a vitória à Alemanha não foi marcado, e Merino, do outro lado, não perdoou. No último lance, Fullkrug teve um cabeceio livre para empatar, mas errou.

Dessa vez, a Espanha deu sorte. A Espanha chegará à semifinal com muitos desfalques: além de Pedri, estarão fora Carvajal, Morata e Le Normand.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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