Julio Gomes

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França chega à semifinal da Euro fazendo absolutamente nada

A França está na semifinal da Euro e vai enfrentar a Espanha na terça-feira, em busca de um tricampeonato que só têm na história alemães e justamente os espanhóis. A classificação veio nos pênaltis, depois de um 0 a 0 com Portugal, em Hamburgo.

Honestamente, a verdade é que a França está nas semifinais sem ter jogado absolutamente nada no torneio. Mas nada mesmo. Para se ter uma ideia, os franceses fizeram apenas três gols em cinco partidas até agora. Ou melhor, os franceses fizeram só um, de pênalti, no empate contra a Polônia. Porque os outros dois gols da França foram contra - um da Áustria e um da Bélgica. Um gol de pênalti e dois contra em cinco jogos. Isso é uma produção ofensiva de quinta categoria, convenhamos. Precisamos lembrar também que a França só empatou com a Holanda na fase de grupos porque foi anulado um gol holandês incorretamente.

A campanha pífia segue viva, no entanto. Porque a França também só levou um gol até agora e foi perfeita nos pênaltis diante de Portugal. No jogo desta sexta, o técnico de Portugal, o espanhol Roberto Martínez, teve sua parcela de contribuição com o resultado. Deixou Cristiano Ronaldo mais 120 minutos em campo, apesar deste craque estratosférico ter atrapalhado o time na campanha. E, na prorrogação, com um Diogo Jota tinindo no banco, ele resolveu mandar a campo João Félix. Não se coloca João Félix em um jogo decisivo, na hora decisiva, impunemente. Adivinhem só quem perdeu o pênalti?

Portugal foi superior à França. Fez o jogo correr na velocidade que ele queria e teve ocasiões para vencer, principalmente no segundo tempo. Foi também no segundo tempo que a França teve um par de chances, as únicas dela na partida. Na prorrogação, mesmo com espaço e chances de contra ataque, a França foi incapaz de criar ocasiões claras de gol.

Mbappé foi substituído no meio da prorrogação. O cara está jogando com o nariz quebrado e uma máscara que parece meia boca para protegê-lo. Sem um Mbappé em grandes condições, Deschamps confia em um time experiente, sólido na defesa e no meio. O que realmente não tem dado certo é o ataque: Dembélé, Kolo Muani e Thuram têm sido um deserto nesta Euro. Seja de ideias, seja de eficiência.

A Espanha jogou muito mais que a França até agora, mas chegará esfacelada e sem quatro titulares na semifinal de terça: Pedri, Carvajal, Normand e Morata. Todos são substituíveis, a Espanha confia mais em um sistema, uma ideia, do que neste ou naquele.

É loucura considerar a Espanha favorita. Mas a França precisa fazer alguma coisa ofensivamente. Precisa de Mbappé.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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