Depois da festa da Espanha, chega a Madrid a 'fiebre Mbappé'

"We are the Champions", do Quenn, dava o tom, sem muita criatividade. O ônibus estampava uma mensagem em inglês, como se fosse um alerta para a concorrência: "It's only the beginning", ou seja, "é apenas o começo". Considerando o estrago que a Espanha está causando desde 2008 e a juventude do time atual, nem quero imaginar o que vem por aí.

A festona acabou na Cibelles, a fonte que fica na principal avenida da cidade, o Paseo de la Castellana, e onde tradicionalmente o Real Madrid e, de uns tempos para cá, já que antes não era assim, a seleção espanhola comemoram seus títulos.

Virada a página das celebrações, a terça-feira já volta a ter o Real Madrid como protagonista. É o "Mbappé Day". Depois de anos de namoro, o craque francês finalmente desembarca no clube mais poderoso do mundo, com apresentação marcada para as 12h locais (7h de Brasília), após exames médicos de rotina e que darão uma checada em como está o nariz quebrado com a seleção francesa na Euro.

Desde sexta-feira passada, o Real criou um sistema para distribuir entradas gratuitas para o evento. Os sócios tiveram o primeiro acesso e mais de 100 mil pedidos foram registrados. Ou seja, o estádio Santiago Bernabéu estará completamente tomado, por mais de 80 mil pessoas, para ver Mbappé vestir a camisa 9 pela primeira vez - algo que não acontecia desde 2009, quando Cristiano Ronaldo foi apresentado para um estádio lotado.

Do lado de fora da enorme loja do Real Madrid, que fica no estádio, cambistas vendiam entradas na cara dura. 40 euros para ficar "no andar de cima", 60 euros para ficar mais perto do gramado. Cambistas são uma instituição mundial, e o que foi grátis para a maioria virou algo entre R$ 250 e R$ 300 para os interessados de última hora. Preços até baixos, se comparados à camisa oficial com a 9 e o "Mbappé" às costas. Quem quiser o novo uniforme do Madrid, tem de pagar 185 euros, aproximadamente R$ 1.000 reais na cotação atual.

Não eram poucos os interessados. A loja, que vende de tudo (de tudo mesmo!) com motivos do Real Madrid, estava abarrotada de gente com a camisa de Mbappé em mãos. Também era grande a fila para customizar a camisa, e maioria pedia, claro, o nome do francês às costas. A "fiebre Mbappé" toma conta do Real Madrid, e os nomes dos outros postulantes à Bola de Ouro, Vini Jr e Bellingham, sumiram completamente de cena. Foi difícil encontrar na loja do Real algum manequim ou cabideiro com a camisa de um dos dois. Endrick? Nem sinal. Nada.

Saí da loja sem a camisa, apenas com uma flâmula do Real Madrid para aplacar a ansiedade consumista da criançada. "El mejor club del mundo", estampa a flâmula branca, abaixo do escudo do Real. Não acho que dê para contestar.