Julio Gomes

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Vexames no futebol olímpico trazem lembrança da vergonha maior: Brasil fora

A confusão no jogo entre Argentina e Marrocos, na abertura do torneio de futebol masculino da Olimpíada, foi vergonhosa. É claro que não dá para imaginar que os Jogos serão recheados de eventos assim só por causa de um, que sequer aconteceu em Paris. Mas que chama a atenção, chama.

No fim, com VAR ou sem VAR, a Argentina perdeu para Marrocos em Saint-Étienne. E o Paraguai apanhou de 5 a 0 do Japão na estreia. Por que cito Argentina e Paraguai? Porque eles deixaram o Brasil fora da Olimpíada no futebol masculino, oras bolas!

As derrotas nos outros competidores sul-americanos deixam evidenciada a vergonha maior, incomparável com a que vimos nesta quarta. A vergonha de o Brasil não estar nos Jogos com seu time de futebol - que defenderia, diga-se, o ouro conquistado no Rio e em Tóquio. Sim, eu sei, eu sei, o futebol feminino se classificou. Mas o futebol feminino não entra nessa conta. Nunca foi dominante, nunca teve apoio algum, não tem comparação com o status adquirido ao longo das décadas pelo futebol masculino do Brasil. Este é o que tem a obrigação eterna de, ao menos, se classificar.

Eu acho, sim, que o Brasil ficar fora dos Jogos no futebol é o equivalente ao que seria os EUA ficarem fora no basquete ou a Sérvia no pólo aquático ou qualquer exemplo que vocês queiram pegar de modalidade em que um país sempre foi ou dominante ou muito relevante.

Nós, rapidamente, nos esquecemos desses vexames. Quem era mesmo o técnico? Quem jogava naquele time? Vou lembrar aqui, porque é necessário.

O técnico era Ramón Menezes, que nunca havia feito nada para merecer o posto. O presidente da CBF era e é Ednaldo Rodrigues. E a lista de convocados tinha:

Goleiros: Mycael (Athletico-PR), Andrew (Gil Vicente) e Matheus Donelli (Corinthians)
Laterais: Vinicius Tobias (Real Madrid), Matheus Dias (Internacional), Luan Cândido (Bragantino) e Patryck (São Paulo)
Zagueiros: Kaiky Fernandes (Almería), Arthur Chaves (Académico de Viseu), Robert Renan (Zenit) e Michel (Palmeiras)
Meio-campistas: Andrey Santos (Nottingham Forest), Danilo (Nottingham Forest), Alexsander (Fluminense), Marlon Gomes (Vasco), Ronald (Grêmio) e Gabriel Pirani (DC United)
Atacantes: Marquinhos (Nantes), Giovane (Corinthians), Endrick (Palmeiras), John Kennedy (Fluminense), Gabriel Pec (Vasco), Guilherme Biro (Corinthians)

Estes eram os times deles na época, é claro. Muitos já mudaram. Muitas negociações já foram feitas, muito empresário já ganhou dinheiro. Essa turma aí foi a turma que jogou mal o Pré-Olímpico inteiro e vergonhosamente foi eliminada dos Jogos. Pelo Paraguai, que levou 5 do Japão.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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